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05/12/2020 08:09h - Brasil - Coluna Social

Dani Calabresa se pronuncia sobre acusação assédio de humorista da Globo

Dani Calabresa ao lado de Marcius Melhem durante evento do 'Zorra' em 2017 - Foto: Pedro Curi / Globo / Divulgação / Estadão Conteúdo

Dani Calabresa usou seu Instagram nesta sexta-feira, 4, para se pronunciar sobre as acusações de assédio sexual e moral feitas ao ator, roteirista e ex-chefe do humor da Globo, Marcius Melhem. Desde dezembro de 2019, o nome de Dani Calabresa vinha sendo citado em reportagens sobre atrizes que teriam sido vítimas de Melhem. É a primeira vez em que ela fala abertamente sobre o caso. "Nunca quis ser vista como uma mulher assediada, mas para recuperar minha saúde precisei me defender. Nunca procurei a imprensa. Tomei as medidas cabíveis para conseguir ajuda", afirmou. Na sequência, prosseguiu: "Tudo é muito difícil. Dá medo, vergonha, mas temos que lutar por respeito e Justiça. Não passarão. Assédio é crime!" Dani Calabresa ainda agradeceu às mensagens de apoio, a Manô Miklos e à advogada Mayra Cotta, além de declarar sua gratidão a Maria Clara Gueiros: "minha amiga do meio artístico que me apoiou desde o início". "Toda minha solidariedade às mulheres que passam por isso e têm medo de denunciar. É impressionante a luta que uma mulher precisa travar para provar que é vítima. Denunciem!", concluiu. Confira a íntegra do pronunciamento feito por Dani Calabresa em relação às acusações de assédio a Marcius Melhem.
Entenda as acusações de assédio a Marcius Melhem As primeiras denúncias surgiram no fim de 2019, e foram negadas por Melhem. O nome de Dani Calabresa foi citado, ao lado do de Maria Clara Gueiros, entre as denunciantes, em postagem feita pelo jornalista Leo Dias na ocasião. Em março de 2020, ele se afastou do comando do humor da emissora, e também de suas funções como roteirista e ator, alegando a necessidade de acompanhar tratamento de saúde de sua filha. O período inicial de licença seria de quatro meses. Em vez de retornar, porém, Marcius Melhem teve seu contrato com a emissora encerrado após 17 anos. No comunicado final, a emissora destacou sua "importante contribuição para a renovação do humor" e não citou as acusações de assédio, o que teria gerado insatisfação em alguns artistas que acompanharam o caso internamente. Em 24 de outubro, uma reportagem da Folha, trouxe entrevista com a advogada Mayra Cotta, que assessora um grupo de artistas que endossam as acusações contra Marcius Melhem. O nome de Dani Calabresa ainda não havia sido confirmado, até então. "Houve um comportamento recorrente, de trancar mulheres em espaços e as tentar agarrar, contra a vontade delas. De insistir e ficar mandando mensagem, inclusive de teor sexual, para mulheres que ele decidia se iam ser escaladas ou não para trabalhar, se ia ter cena ou não para elas. De prejudicar as carreiras de mulheres que o rejeitaram. De ficar obcecado, perseguindo, mesmo. Foi um constrangimento sistemático e insistente, muito recorrente", relatou, à época. Pouco depois, em seu Twitter, Marcius Melhem se manifestou publicamente sobre as acusações pela primeira vez ( para ler a íntegra). "Diante de acusações tão graves, que de forma alguma cometi, o que eu posso fazer? Negar. Coloco à disposição toda minha comunicação que tenho arquivada, com qualquer pessoa que tenha trabalhado ou se relacionado comigo nesses anos", afirmou. "Mas, mesmo abraçando profissionalmente a causa feminista, ainda combato o machismo dentro de mim, erro, posso ter relações que magoem. Tento melhorar e aprender. E queria muito falar sobre isso", disse, em outro momento. Nesta sexta-feira, 4, a revista Piauí publicou novos detalhes sobre o caso, após ter colhido depoimentos de 43 pessoas, entre vítimas e testemunhas, muitas das quais na condição de anonimato. Entre os relatos, há detalhes dos supostos assédios que teriam sido praticados por Melhem e relatados ao compliance da emissora, incluindo os feitos a Dani Calabresa. Também há relatos de medidas que teriam sido tomadas por funcionários da Globo em relação à situação, como uma sugestão de que Marcius Melhem fizesse terapia após uma acusação.
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Fonte: Estadão

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