16/11/2024 13:22h - Guajará-Mirim - Cultura

Bois-bumbás Flor do Campo e Malhadinho resgatam histórias e identidades culturais

Festival celebra heranças indígenas e caboclas da região.

Os bois-bumbás Flor do Campo e Malhadinho são os protagonistas do Duelo na Fronteira, festival folclórico de Guajará-Mirim, que acontece neste fim de semana. Criados na década de 1980, esses bois resgatam histórias e contribuem para a preservação das identidades culturais, celebrando as heranças indígenas e caboclas da região. Neste ano, o boi-bumbá Flor do Campo levará para a arena o tema “Terra de um povo mestiço”. Criado em 1981, foi o primeiro boi a surgir em Guajará-Mirim, resultado do trabalho da professora Georgina Ramos da Costa. O Flor do Campo é conhecido pelas cores vermelha e branca. Inicialmente, o boi foi confeccionado com materiais recicláveis, como sucatas, cipó e papelão, com o objetivo de se apresentar nas festas juninas das escolas públicas do município, onde recebeu o apelido de “Famosinho”. O nome Flor do Campo foi inspirado no Pará, estado natal de Georgina. Na época, o boi dançava no estilo maranhense, com muitos enfeites e brilhos, refletindo as características nordestinas do Bumba Meu Boi. Ao longo dos anos, o boi passou a incorporar influências amazônicas, absorvendo lendas do folclore e da mitologia indígena, o que enriqueceu ainda mais suas apresentações. Com isso, o Flor do Campo passou a apresentar atributos típicos do Boi-Bumbá. Por outro lado, o boi-bumbá Malhadinho se apresentará com o enredo “Tekohá - este chão é nossa essência”. Criado em 1986 por Leonilso Muniz de Souza, com o apoio do amigo Aderço Mendes da Silva, o boi tinha como objetivo tirar crianças das ruas, oferecendo uma ocupação para o tempo ocioso. Inicialmente, o boi era confeccionado em madeira, cipó, compensado, veludo e pregos, e suas cores eram preto e branco. As fantasias eram produzidas com papelão, penas, papel, lantejoulas e outros materiais. Com o tempo, o boi passou a adotar as cores azul e branca. Após a criação dos dois bois, o festival foi instituído a partir de um projeto da União Municipal das Associações de Moradores de Guajará-Mirim (Umam), com o apoio da Universidade Federal de Rondônia (Unir). A primeira edição aconteceu em 1995. A programação do festival tem como objetivo apresentar as diversas manifestações culturais da região, destacando a história e a tradição de seu povo, composto por várias etnias indígenas, pela população negra remanescente dos quilombolas do Vale do Guaporé, pelos seringueiros e outros personagens históricos da região.

Fonte: Secom/ALE-RO

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