27/07/2021 10:44h - Tóquio - Esporte

Nota de repúdio aos juízes dos esportes com nota

As olimpíadas de Tóquio vem gerando birra nos telespectadores devido as injustiça que os jurados estão cometendo - Foto: EFE/ Alberto Estévez

No mundo da luta é comum ouvirmos a seguinte frase dos atletas: “vou buscar o nocaute ou a finalização o tempo todo para não deixar a decisão nas mãos dos juízes”. Em muitos esportes olímpicos, os atletas não têm essa opção. A decisão é sempre dos juízes, ou jurados. É assim na ginástica, no nado sincronizado, nos saltos ornamentais, no adestramento do hipismo, ciclismos freestyle, skate, surfe e, na maioria das vezes, no boxe. E, apesar de todos os critérios pré-estabelecidos, as tabelas de nível de dificuldade e todo o conhecimento dos jurados selecionados pelas federações, a decisão sempre será subjetiva. E, daqui do meu sofá, com embasamento técnico de quem passa a madrugada zapeando pelos 47 canais do SporTV, posso afirmar, sem provas, mas com convicção, que os jurados estão sendo caseiros e que “as camisas estão pesando”. Minha birra com os jurados começou nas classificatórias da ginástica artística feminina. A superestrela Simone Biles fez, segundo a imprensa especializada, “uma eliminatória incomum, aparentemente nervosa e com vários erros de execução”. Entre os erros visíveis para os leigos, Biles saiu do tablado no solo e se desequilibrou na saída da trave, tendo que dar alguns passos na aterrissagem. Mesmo assim, a americana garantiu a classificação para a final dos quatro aparelhos e para a final individual geral com o primeiro lugar, com mais de seis décimos (o que é muita coisa) de vantagem para a segunda colocada. Claro que Biles faz os exercícios de maior grau de dificuldade da competição e, por isso, sua nota de partida é alta. Mas pareceu que os juízes têm menos rigor para descontar pontos de uma das principais estrelas de todos os Jogos Olímpicos. Mas o ranço ficou ainda maior na noite deste domingo e madrugada desta segunda-feira, quando os jurados dos esportes radicais (e olha que havia brasileiro entre eles) se revelaram caseiros. Primeiro no surf. Tatiana Weston-Webb enfrentou, nas oitavas de final, a japonesa Amuro Tsuzuki. Na metade da bateria de meia hora, a japonesa assumiu a liderança da disputa e Tatiana precisava de uma nota superior a 5.26 para virar a disputa. Não faltaram ondas para a brasileira, mas nenhuma atingiu a nota necessária. No skate, então, o drama das notas foi ainda maior. Pamela Rosa ficou fora da final, em que oito se classificaram, terminando a competição na 10ª posição. Mesmo competindo com o tornozelo inchado, a brasileira acertou uma manobra idêntica a uma que rendeu nota 4.0 para a japonesa Aori Nishimura, mas recebeu apenas 2.4 de pontuação. Na última bateria classificatória, Letícia Bufoni precisava de uma nota 3,6 para se classificar para a final. Acertou uma manobra que levantou a pista, arrancou aplausos de todas as adversárias, mas recebeu um decepcionante 2.8, ficando em 9º lugar, também fora da final. Na grande final, a Fadinha, Rayssa Leal brilhou e brilhou muito com a medalha de prata. A japonesa Momiji Nishiya até fez por merecer o ouro. Mas uma nota em especial chamou muito a atenção. Logo após Rayssa assumir a liderança da prova, na penúltima manobra, Nishiya recebeu uma pontuação que a deixava exatamente 0.1 à frente da brasileira. É muita coincidência. Assim como é coincidência que todas minhas queixas sejam relacionadas a disputas envolvendo brasileiras. E o Medina? Esse post foi publicado, originalmente, na tarde de segunda-feira, antes das finais do surfe, mas precisa ser atualizado depois da eliminação de Gabriel Medina na semifinal e de sua derrota na disputa da medalha de bronze. A implicância com os jurados, nesta terça-feira, é de todo o Brasil e, até, de grande parte do mundo do surfe. O 9.33 de Kanoa Igarashi, que eliminou Medina na semifinal, deixa bastante clara a subjetividade do esporte. Dos cinco jurados que avaliaram a bateria, um deu nota 9.8 para o japonês (nota maior, até, que o aéreo perfeito de Ítalo Ferreira nas quartas de final), enquanto outro jurado deu, para a mesma onda, nota 7.5. Na grande final, não teve juiz que tirasse o ouro do monstruoso Ítalo Ferreira, que, literalmente, tirou onda do japonês Kanoa Igarashi, garantindo o primeiro ouro para o Brasil em Tóquio e entrando para a história do surfe como o primeiro campeão olímpico da modalidade.

Fonte: UmDosEsportes

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