02/06/2025 09:30h - Rondônia - Geral

Azul enfrenta crise, recuperação judicial e fusão suspensa com Gol, agravando crise aérea em RO

Artigo de opinião por Victoria Angelo Bacon

A Azul Linhas Aéreas protocolou nesta sexta-feira, 30 de maio, pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, sob o Capítulo 11 da legislação americana. A medida visa reestruturar sua dívida, que atingiu R$ 31,35 bilhões, apenas no primeiro trimestre de 2025, e reduzir o índice de alavancagem de 5,2 para cerca de 2 vezes o EBITDA. A situação financeira da Azul é tão alarmante que o CEO da empresa anunciou a suspensão da fusão com a Gol, que seria um alívio para ambas as empresas aéreas. A Gol está em processo de recuperação fiscal de aproximadamente R$ 20 bilhões de reais. A recuperação judicial da Azul deverá exigir da empresa aérea reestruturação que vai além do corte de funcionários e voos, passando pela redução de voos e o aumento do preço das passagens aéreas. Apesar das dificuldades financeiras, a Azul transportou mais de 10 milhões de passageiros até abril de 2025, um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior. Em Rondônia, a Azul Linha Aéreas é responsável pela metade dos voos diários, bem como de passageiros. A Azul também é a maior empresa aérea do Brasil em número de voos domésticos e passageiros. No pedido de recuperação judicial, a Azul não deverá investir em novos voos, e, com certeza, a capital rondoniense, Porto Velho, deverá ser atingida com as medidas, já que o plano de reestruturação da empresa reduzirá sua frota (voos) em 35%. Para piorar, o preço das passagens aéreas deverá aumentar significativamente na Azul, já que o plano de recuperação e reorganização da empresa aérea se resume em aumento de receitas com urgência. A diretoria executiva e o Conselho de Administração da Gol, que aguardavam ansiosamente uma possível fusão da empresa com a Azul, receberam a notícia do pedido de recuperação judicial da Azul com bastante turbulência e preocupação, já que a fusão era necessária para ambas em seus processos de reestruturação administrativa e financeira. A Gol deverá seguir os moldes da Azul quanto a redução de voos, aumento no preço das passagens e principalmente cortes de gastos O alto custo das passagens aéreas para quem parte ou chega à capital rondoniense é o maior praticado no Brasil. O preço de uma passagem aérea se adquirido em “cima da hora” pode custar entre R$7.000 a R$ 10.000 dependendo do trecho, da urgência e principalmente da data que a viagem for realizada. Apesar do drástico valor da dívida da Azul, a medida foi entendida como a mais efetiva para conter gastos, reduzir riscos e reforçar a sustentabilidade financeira da companhia. A Gol, que esperava adquirir 91 aeronaves Boeing 737, deverá suspender o acordo depois do anúncio traumatizante da Azul. Com o novo plano em ação, é esperado que o número seja substancialmente menor ao longo dos próximos anos, gerando um impacto direto no custo fixo da empresa com leasing. Apesar de não ter detalhado quantas unidades de quais modelos de aeronave serão afetados pela medida, a Azul indicou que a estimativa de frota de 201 aviões em 2025 passará a ser 170. Além disso, a decisão também deve afetar eventuais novas aquisições de aeronaves, uma vez que a estimativa para 2027 passa de 218 para 172. Enfim, os rondonienses serão mais uma vez os maiores prejudicados com o anúncio da turbulenta situação financeira da Azul e seu pedido de recuperação judicial. Mais uma vez, nós, rondonienses, esperamos por um milagre!

Fonte: Jornalista Victoria Bacon

Notícias relacionadas