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22/03/2024 12:04h - Rondônia - Geral

Dia Mundial da Água: um tema que envolve toda a comunidade

Várias ações de ensino, pesquisa, extensão e inovação com a temática são realizadas pelo IFRO

No dia 22 de março comemora-se o Dia Mundial da Água, conforme data criada em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Colocadas na pauta internacional as questões essenciais que envolvem os recursos hídricos, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) igualmente o tema é abordado as ações envolvem servidores e alunos. Neste ano, no Campus Porto Velho Calama, os alunos dos primeiros anos do Curso Técnico em Química Integrado ao Ensino Médio estão participando do Projeto Integrador com a realização do Projeto “Missão H²O: Mitos, Mistérios e Qualidade das Águas”. De acordo com a Professora Amanda Cidade, a ideia surgiu da necessidade de abordar sobre a questão da qualidade da água em comunidades de Porto Velho, devido à falta de saneamento básico existente no estado. Os alunos participantes sob a orientação dos docentes das disciplinas envolvidas coletam dados, realizam análises de amostras de águas de diferentes regiões da capital e propõem soluções. “O objetivo é o de aumentar a conscientização, as habilidades técnicas, como também promover a participação dos discentes em assuntos de interesse público”, mostra a docente. As ações incluem mapeamento, coleta de amostras, análises laboratoriais e apresentação dos resultados. O projeto ocorre na instituição e na comunidade. As habilidades desenvolvidas, conforme a professora, incluem domínio técnico, interpretação de dados, comunicação, trabalho em equipe e consciência ambiental. Visita técnica – Agora em março, os ingressantes do Técnico em Química realizaram visita técnica às instalações da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, acompanhados pelos Professores Amanda Cidade, Minelly Azevedo, Nilton Fagner e Cássio Alves. Visitaram os laboratórios de química de óleo, análise de água, e conheceram a área externa da barragem, o Sistema de Transposição de Peixes (STP), os Vertedouros e o Extravasor de Troncos da usina. A visita foi guiada pelos colaboradores Maria Pereira e Eliel Medeiros. Segundo a Professora Minelly, a visita técnica é essencial para estudantes do Curso Técnico em Química, pois oferece a oportunidade de aplicação prática do conhecimento adquirido na instituição. Na atividade externa ao campus, eles conseguem visualizar na prática como são os processos industriais, os equipamentos utilizados, as normas de segurança, além de proporcionar contato direto com profissionais da área, assuntos diretamente relacionados com as disciplinas trabalhadas pelas professoras de Biosseguranca e Química Ambiental, Projetos Integradores e Fundamentos de Química Experimental. Para a Professora Amanda, “a visita enriquece a formação, estimula o interesse pela profissão e facilita a compreensão dos conceitos, tornando o aprendizado mais significativo”. Os professores agradecem a Santo Antônio Energia e seus colaboradores pela experiência proporcionada aos alunos. Paula Regina Carvalho de Araújo, do primeiro ano B de Química, ressaltou a aprendizagem em relação a como são feitos os experimentos e o tratamento de água. “Gostei muito porque teve muito a ver com o nosso trabalho de práticas integradoras. Pudemos ver como são realizadas as experiências nos laboratórios e percebemos como tudo isso tem a ver com a Química e as demais disciplinas que estudamos”, conclui a aluna. Colorado – Também no Campus Colorado do Oeste as visitas técnicas contribuem com a formação dos estudantes. A Professora Camila I. M. Fraga, que possui formação em Engenharia Sanitária e Ambiental e ministra as disciplinas Saúde Pública e Saneamento, Gestão de Recursos Hídricos; Tratamento de Água; Tratamento de Efluentes, por meio de ação de extensão, já levou turmas para conhecer a Estação de Tratamento de Água (Colorado do Oeste) e a Estação de Tratamento de Esgotos (Cerejeiras). “A água é um recurso natural dotado de valor econômico, social e ambiental. No Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental trabalho com os acadêmicos a água nas disciplinas relacionadas ao saneamento e à gestão de recursos hídricos. Nos conteúdos de saneamento, os alunos (re)conhecem nossa realidade e produzem relatórios sobre as disparidades de acesso à água tratada e aos serviços de esgotamento sanitário, utilizando como base de dados o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento Básico, disponibilizado pelo Governo Federal. Quando tratamos de recursos hídricos, procuro voltar à discussão sobre a disponibilidade hídrica existente no Brasil”, demonstra a docente. Outro exemplo dado por Camila foi a parceria com uma escola da região: “mesmo com nossa riqueza em termos de água, trabalhamos com ações que possam contribuir com a conservação desse recurso. Um exemplo foi nossa ação de extensão realizada atendendo alunos da escola municipal Julieta, localizada em Colorado do Oeste. Nesta atividade de extensão nossos alunos construíram terrários simulando os efeitos da cobertura vegetal em relação a proteção do solo e consequentemente, para os corpos d’água”, explica a docente. PROFÁGUA Servidora do Campus Vilhena, Misley Alzíria da Silva Estevão cursou o Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação dos Recursos Hídricos na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), em Ji-Paraná, sob orientação da Prof.ª Dra. Fernanda Bay Hurtado. Sua dissertação tem como título “Enchentes em dois municípios do centro-sul de Rondônia: Riscos socioambientais e impactos à saúde pública”. Ela explica que foi um estudo que “procurou demonstrar como a falta de um planejamento urbano adequado pode impactar na qualidade de vida da população e na preservação dos recursos hídricos”. “Meu mestrado, PROFÁGUA, é um mestrado profissional vinculado à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O mestrado foi criado em 2016 em uma parceria entre CAPES e ANA. É um mestrado em Rede Nacional presente em várias universidades pelo país, no estado de Rondônia ele é ofertado pela Unir de Ji-Paraná. Todos os projetos de pesquisa desenvolvidos no PROFÁGUA, não somente o meu, deverão estar vinculados com os objetivos da ANA para assegurar a melhoria da qualidade e a conservação dos recursos hídricos no Brasil”, destaca. Como recomendação geral e sempre atual, diz ser “importante a população se atentar a não jogar lixo nos rios e nas ruas, evitando o entupimento de bueiros e o assoreamento dos rios. É importante que a população que reside na proximidade dos rios não jogue esgotos domésticos em suas margens para evitar a degradação da qualidade da água. Também é importante deixar espaços permeáveis e áreas verdes em seus quintais, para que água da chuva possa voltar ao solo mais rapidamente, diminuindo o volume de escoamento superficial nas cidades”. Como produto, Misley desenvolveu uma cartilha tentando alcançar um público maior de leitores para o tema “Acidentes com animais peçonhentos: Prevenção e primeiros socorros”. E ainda está entre as autoras do artigo “Poluição hídrica em Rondônia: um estudo bibliométrico”, que pode ser conferido aqui. Tanque Saudável Um dos projetos inovadores que vem sendo desenvolvido pela equipe de pesquisadores coordenada pelo Professor de Informática do Campus Calama, Kaio Alexandre Silva, é o Tanque Saudável. O sistema monitora os parâmetros físico-químicos da água de tanques de piscicultura. Segundo o coordenador, já há parcerias entre startups e empresas de inovação visando à captação de recursos para divulgação e validação do projeto, que tem como objetivos principais contribuir para a conservação e o uso sustentável da água e a melhoria da produção de peixes. O projeto também vem sendo divulgado em espaços e feiras de tecnologias como a feira agropecuária Rondônia Rural Show. O Tanque Saudável é desenvolvido por meio de uma boia que realiza o monitoramento contínuo dos parâmetros da água como turbidez, temperatura e PH, que são de extrema importância para o piscicultor tomar decisões corretivas e preventivas perante os tanques e o bem-estar dos peixes. Para o piscicultor, significa evitar perdas futuras fora do previsto e consequentes prejuízos da produção que ocorreriam com mortalidades e maior tempo de desenvolvimento dos pescados, com mais tempo de desenvolvimento dos peixes e maiores gastos com insumos. O monitoramento da água em tempo contínuo e estando nos parâmetros ideais significa a garantia de um desenvolvimento saudável para os peixes, resultando num bom lucro para o produtor. Ao acompanhar os parâmetros de qualidade da água, é possível evitar o desperdício e facilitar a produção consciente e sustentável da piscicultura. Isso faz aumentar a produtividade e reduzir os custos, impactando positivamente o meio ambiente. De acordo com Kaio Alexandre, “a principal dificuldade é a de fazer o acompanhamento efetivo dos tanques, porque os parâmetros de qualidade mudam de uma forma muito rápida. Caso o produtor tenha cerca de dez a vinte tanques, é difícil para ele fazer esse acompanhamento efetivo diariamente. E quando o controle não é feito diariamente, muitas vezes pode haver uma alteração, correndo o risco de se perder toda a produção daquele tanque. E isso não é raro de acontecer. Tanto é, que a taxa de mortalidade aceita dentro da piscicultura, hoje, é de trinta por cento. Então, a principal barreira que a gente tem é essa”, exemplifica. Com relação à implantação da tecnologia, o docente afirma que a principal dificuldade é também a da transformação digital. “Precisamos fazer com que o produtor adote as novas tecnologias como um meio de melhorar a produção. Essa transformação digital no campo tem que existir. Só que ela é muito lenta, então, a maior dificuldade que a gente tem hoje no acompanhamento da piscicultura é o processo de transformação digital”, avalia. Ao destacar o papel das instituições educacionais para a promoção da conscientização e preservação dos recursos hídricos, o Professor Kaio diz que em sua opinião “o principal papel das instituições de ciência e tecnologia é o de fazer uma educação cidadã onde o nosso aluno possa identificar os problemas existentes no estado de Rondônia e buscar maneiras de solucioná-los por meio do conhecimento e das ferramentas desenvolvidas”, cita. Segundo ele, é necessário fazer uma educação voltada primeiro para buscar solucionar os problemas locais, dentro do estado e depois para o mundo. “Muitas vezes nós queremos soluções que vêm de fora do estado ou do país, porém, precisamos buscar as soluções a partir da nossa realidade”, diz. “A partir da Educação Tecnológica temos que mostrar as possibilidades de construção e desenvolvimento de tecnologias amazônicas, favorecendo, assim, a permanência e êxito dos nossos alunos e mostrando também as oportunidades que eles têm de evoluir e fazer o estado crescer”, reforça, informando que no momento o Tanque Saudável está sendo implantado numa propriedade rural em Itapuã do Oeste (RO). Gestão Ambiental Os cursos ofertados pelo IFRO sempre procuram integrar a conservação de recursos naturais e a sustentabilidade dos sistemas produtivos. Bióloga e docente de Geoprocessamento no Campus Colorado do Oeste, Ranieli dos Anjos de Souza é Especialista em Educação, Sustentabilidade e Gestão Ambiental, Mestre em Geografia (UNIR) e Doutora em Sensoriamento Remoto (INPE). Desde 2016 no IFRO, colabora em disciplinas como Ecologia, Planejamento Urbano, Legislação e Licenciamento Ambiental também, e desenvolve projetos de pesquisa e extensão nos diversos segmentos ambientais, entre eles, a água. “Preocupados com o futuro deste recurso essencial à vida, junto com os acadêmicos de Gestão Ambiental (turma GA120, GA122, GA123), realizamos a recuperação de uma nascente na área que hoje se tornou o Parque Natural Municipal Canindé, em Colorado do Oeste. Os estudos e ações desenvolvidas subsidiaram a Secretaria de Meio Ambiente na criação desta unidade de conservação. Além de recuperar a nascente, nossos futuros Gestores Ambientais deixaram um legado importantíssimo para o município, atuando diretamente na proteção ambiental”, afirma. Para Ranieli, “a Água é uma pauta sempre presente para nós, por isso, os acadêmicos de Gestão Ambiental estão constantemente envolvidos em práticas junto às escolas municipais locais, aprimorando o perfil profissional, e realizando intervenções com as crianças, para que cresçam protetoras e consumidoras sustentáveis da água e demais recursos naturais”. Em junho do ano passado os alunos apresentaram resultados de trabalhos na Semana Acadêmica de Gestão Ambiental, que ficaram publicamos nos Anais do evento e tem trabalhos que envolve a temática água, podendo ser conferidos neste link: https://www.even3.com.br/anais/xvsagaifro/ Repositório Institucional Uma forma de acompanhar a produção de servidores e alunos da instituição é por meio do Repositório Institucional (RI). A plataforma reúne, organiza e disponibiliza em acesso aberto as produções científicas desenvolvidas no âmbito do IFRO. No espaço virtual estão depositados Trabalhos de Conclusão de Curso, dissertações, teses, livros, capítulos de livros e artigos científicos. Em busca realizada foram encontrados os seguintes trabalhos: Água e cidade: projeto urbano de recuperação e integração dos cursos d'água em Pimenta Bueno/RO: https://repositorio.ifro.edu.br/items/8fc83170-d8a3-4d5e-b35c-72ff82bec006 Aqui passa um Rio: proposta urbana de revitalização de um trecho do Igarapé Pires de Sá em Vilhena-RO: https://repositorio.ifro.edu.br/items/2641196b-579f-4e9c-a8ff-219a6aa5b9f7 Panorama do PMSB no Estado de Rondônia: https://repositorio.ifro.edu.br/items/09161998-6519-4e96-bcd0-0df22a4f154c Proposta de política de inovação para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE de Cacoal/RO: https://repositorio.ifro.edu.br/items/b8555c9f-b1f0-42fb-8c57-0dc3dea04530 Análise do sistema de tratamento de esgotamento sanitário em Cerejeiras, Rondônia: uma avaliação da eficiência: https://repositorio.ifro.edu.br/items/ebd795de-e5d6-4058-8d41-bf49238eeea4 Memórias, sentidos e espetacularização nos discursos da cheia histórica do Rio Madeira (2013/2014): https://repositorio.ifro.edu.br/items/76ad478d-4dce-4776-a8c7-4ac849ee8107

Fonte: ASCOM - IFRO

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