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07/10/2019 13:34h - China - Mundo

China cria ‘super-porcos’ para compensar a escassez de carne

China cria ‘super-porcos’ do tamanho de ursos polares para compensar a escassez de carne.

Os chineses têm tanta escassez de carne que começaram a criar ‘super-porcos’ que pesam centenas de quilos. No sul da China há até um porco do tamanho de um urso polar e pesando 500 quilos. Isso é cinco vezes mais do que o peso de um porco normal. Nos últimos anos, o rebanho suíno chinês foi dizimado por surtos da Peste Suína Africana. O governo chinês divulgou dados que indicam que o país asiático já perdeu mais de 100 milhões de porcos – um terço do rebanho total. A carne de porco é um grande negócio na China. O país consume metade de todos os porcos do planeta. É um elemento básico da mesa chinesa, e a sua escassez poderá prejudicar a estabilidade social do país. Medidas No ao passado, a carne de porco sofreu um aumento de quase 70% no preço pago pelos varejistas. E na última semana de agosto deste ano, o valor médio que os atacadistas negociaram com os seus fornecedores subiu 90%, em comparação com um ano atrás, segundo dados do governo da China. O governo chinês anunciou planos emergenciais de apoio ao setor, incluindo subsídios às fazendas onde os porcos foram abatidos por causa da Peste Suína. Eles ainda planejam aumentar os subsídios, empréstimos e cobertura de seguro para os produtores de suínos no país. Com a ajuda de novos programas de criação, o governo chinês incentiva os criadores na tentativa de trazer estabilidade ao maior mercado de carne suína do mundo. O peso médio de um porco chinês já aumentou para 200 quilos, mas no sul da China vive um “campeão” que pesa mais que o dobro. Para comparação: um urso polar adulto pesa em média 204 quilos. Também forma lançados sistemas de racionamento em algumas cidades chinesas, buscando limitar a quantidade da compra de carne de suínos. Importações Segundo a CNN Business, o banco holandês, Rabobank, estima que a produção de carne suína da China possa cair 25% este ano, o que significa que o país precisará importar até 1,5 milhão de toneladas de carne este ano. Isso poderia beneficiar os exportadores de carne suína em outros lugares do mundo, inclusive no Brasil. O analista do Rabobank, Matteo Lagatti, disse à CNN Business que espera que a Europa seja responsável pela maior parte dessas importações chinesas. As compras da China de carne de porco da Europa já aumentaram 54% no primeiro semestre de 2019. A maior parte vem da Holanda, Alemanha, França, Dinamarca e Espanha. De acordo com Lagatti, essa tendência deve continuar em 2020. Brasil Segundo a ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina, Brasil e China têm muitos assuntos para definir dentro da pauta agrícola. Em maio, a ministra liderou uma missão à China, quando debateu a habilitação de mais frigoríficos brasileiros para exportação de carnes ao mercado chinês. Segundo dados do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior E Serviços, as exportações de carne suína in natura do Brasil somaram US$ 997,66 milhões de janeiro a setembro de 2019, registrando um crescimento de 30%. Em volume, foram embarcadas 456.758,4 toneladas no período, com uma variação positiva de 15%. Com os casos de Peste Suína Africana e as liberações dos estoques emergenciais de carne, a China tem aumentado as importações. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que as exportações de carne suína do Brasil poderão crescer para 720 mil toneladas, versus 646 mil toneladas em 2018. Aumento da escassez Enquanto isso, o governo chinês alerta que a escassez anual de carne aumentará para 10 milhões de toneladas. Isso é mais do que, agora, é negociado globalmente todos os anos. Portanto, o super-porco de 500 quilos no sul do país não permanecerá campeão por muito tempo.

Fonte: Conexão Política

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