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08/07/2022 10:13h - Japão - Mundo

Criminoso confessou atirar em ex-premiê do Japão e usou arma caseira, diz polícia

Arma utilizada para assassinar o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. / Getty Images.

O suspeito do assassinato de Shinzo Abe confessou ter atirado no ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, disse a polícia em entrevista coletiva nesta sexta-feira (8). De acordo com a polícia da cidade japonesa de Nara, Yamagami Tetsuya, um homem desempregado de 41 anos, disse que odeia um certo grupo, ao qual ele achava que Abe estava ligado. A polícia disse que este grupo não teria relações com política, e sequer foi possível confirmar se esse grupo existe. Além disso, os policiais confirmaram que a arma utilizada no crime era caseira. Não estava claro se ele comprou partes da arma pela internet, nem se ela foi produzida em uma impressora 3D, ou se as balas também eram caseiras. “O material da arma caseira era uma mistura de metal e madeira”, afirmou a polícia. Cerca de 90 investigadores participam dos trabalhos relacionados ao caso neste momento. Por volta das 17h17, no horário local, a polícia revistou o apartamento de Tetsuya. Foram encontradas outras armas e explosivos. Os moradores das proximidades foram orientados a deixar suas casas. Os investigadores disseram que o criminoso respondeu calmamente às questões e não demonstrou emoções enquanto falava. A polícia confirmou que ele serviu na Marinha por três anos, e, no momento, está desempregado. Agora, a polícia investiga se Tetsuya agiu sozinho, e se a segurança no evento era suficiente e tomou as atitudes adequadas. Tiro que matou Shinzo Abe atingiu coração, afirmam médicos A bala do tiro que matou o ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, foi “profunda o suficiente para atingir seu coração”, afirmaram os médicos da Universidade de Medicina de Nara, que o trataram. Em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (7), eles afirmaram que Abe estava “sangrando profusamente” e os cerca de 20 profissionais médicos envolvidos não conseguiram estancar o sangramento. Ainda de acordo com os médicos, o ex-premiê não tinha sinais vitais quando chegou ao hospital, e tinha uma “grande ferida” na parede de seu coração. Ele morreu às 17h03, cerca de cinco horas e meia depois de ser baleado. Além do ferimento no coração, Abe tinha um ferimento profundo no lado direito do pescoço. O ex-premiê recebeu mais de 100 unidades de sangue em transfusões ao longo de quatro horas enquanto sofria de uma ferida no coração, disse Hidetada Fukushima, professor responsável pela medicina de emergência do Hospital Universitário de Medicina de Nara O assassinato O ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe morreu nesta sexta-feira (8) aos 67 anos após ser baleado durante um discurso na cidade de Nara, no oeste do Japão. Segundo o secretário-chefe do governo, Hirokazu Matsuno, Abe foi atingido pelos disparos às 11h30, no horário do Japão. A informação foi confirmada pela equipe médica do Hospital da Universidade de Medicina de Nara, onde o ex-premiê estava internado. Em entrevista coletiva, o chefe da equipe informou que ele foi declarado morto às 17h03, hora local (5h03 horário de Brasília). Um homem de 40 anos, suspeito do ataque, foi preso no local, segundo a NHK. Um repórter da emissora no local disse que eles ouviram dois estrondos seguidos durante o discurso de Abe. Shinzo Abe, de 67 anos, é o primeiro-ministro que mais tempo ocupou o cargo no Japão. O membro do Partido Liberal Democrático (LDP) teve dois governos: entre 2006 e 2007 e 2012 e 2020. Conservador, ele deixou o cargo em agosto daquele ano por motivos de saúde. Bolsonaro lamenta morte de Shinzo Abe e decreta luto oficial O presidente Jair Bolsonaro lamentou, nesta sexta-feira (8), o assassinato do ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e decretou luto oficial no país por três dias. Pelo Twitter, Bolsonaro escreveu que recebeu “com extrema indignação e pesar a notícia da morte de Shinzo Abe, líder brilhante que foi um grande amigo do Brasil”. “Estendo à família de Abe, bem como aos nossos irmãos japoneses, a minha solidariedade e o desejo de que Deus cuide de suas almas neste momento de dor”, acrescentou o presidente. Bolsonaro disse que, “como sinal de respeito ao povo japonês, de reconhecimento pela amizade de Shinzo Abe com o Brasil e de solidariedade diante de uma crueldade injustificável”, foi decretado luto oficial em todo o Brasil durante três dias. “Que seu assassinato seja punido com rigor. Estamos com o Japão”, concluiu Bolsonaro. Em seu último ano de mandato, a morte de Shinzo Abe marca a terceira vez que Bolsonaro decreta luto oficial no país. Até então, apenas as mortes do escritor Olavo de Carvalho e do ex-vice-presidente, Marco Maciel, haviam provocado um decreto do presidente.
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Fonte: Reuters

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