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22/02/2020 07:32h - Estados Unidos - Mundo

EUA reabrem mercado para a carne bovina in natura do Brasil

Exportações estavam suspensas desde junho 2017 por causa de problemas relacionados à aplicação da vacina contra febre aftosa. Mercado americano é considerado um "selo de qualidade" para o produto. Foto: portal do agronegócio

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou nesta sexta-feira (21) que os Estados Unidos decidiram reabrir mercado para a carne bovina in natura produzida pelo Brasil. As vendas deste produto estavam suspensas desde junho de 2017. "Hoje recebemos com muita satisfação uma notícia esperada há muito tempo: a reabertura do mercado de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos", disse a ministra Tereza Cristina em postagem em uma rede social. O governo dos Estados Unidos confirmou a informação. Segundo o Serviço de Inspeção e Segurança de Alimentos (FSIS, na sigla em inglês), o Brasil cumpriu os requisitos para a reabertura de mercado. De acordo com o governo brasileiro, os frigoríficos poderão enviar o produto derivado de animais abatidos a partir desta sexta. Antes da primeira remessa, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do ministério (Dipoa) deve enviar uma lista atualizada de estabelecimentos certificados. Em contato com o G1, o presidente da associação que representa os exportadores do setor (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, comemorou a decisão e disse que agora é preciso avaliar em que condições se dará essa reabertura. "Quando o mercado foi fechado, nós tínhamos 15 plantas frigoríficas habilitadas [para exportar], agora precisamos saber quais vão ser as características desta reabertura, o volume que podemos vender", disse. Segundo o Valor Econômico, 21 abatedouros serão autorizados a vender para os EUA. Os Estados Unidos compraram em 2018 o equivalente a US$ 5 bilhões em carne bovina in natura. Entre janeiro e junho de 2017, último semestre em que o Brasil podia vender para os americanos, os frigoríficos brasileiros negociaram US$ 56,3 milhões do produto para os EUA. O mercado americano é considerado um "selo de qualidade" para a carne. Isso significa que, ao atender aos requisitos dos Estados Unidos, o produto consegue uma entrada mais fácil em outros países. "Isso traz o reconhecimento da qualidade da carne brasileira por um mercado tão importante como o americano", afirmou Tereza Cristina. Idas e vindas As exportações estavam suspensas desde junho de 2017, quando os americanos encontraram reações (abcessos) provocadas no rebanho pela vacina contra a febre aftosa, o que não é permitido. A autorização para venda de carne in natura para os Estados Unidos havia sido obtida em 2015 após 15 anos se limitando a vender apenas carne cozida. Desde o último embargo, o Ministério da Agricultura vem tomando medidas para acessar novamente o mercado americano, como mudar a composição da vacina. Em março de 2019, durante visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, o governo brasileiro estava animado com a possibilidade de reabertura. Em junho, uma missão veterinária dos Estados Unidos esteve no Brasil para inspecionar frigoríficos de bovinos e suínos. Mas, em novembro, os americanos decidiram manter o veto à carne bovina in natura brasileira. Semanas depois, a ministra Tereza Cristina foi negociar pessoalmente com o governo dos EUA. A missão americana retornou no início de janeiro deste ano e fez nova avaliação, desta vez com resultado positivo para o Brasil. No comunicado encaminhado ao Ministério do Agricultura, o serviço de inspeção sanitária dos Estados Unidos disse que o Brasil corrigiu os problemas sistêmicos que levaram à suspensão e está restabelecendo a elegibilidade das exportações de carne bovina in natura para o país. Exportações recordes As exportações brasileiras de carne bovina bateram recorde em volume e faturamento em 2019, de acordo com a Abiec. Impulsionado pela demanda chinesa, causada por um surto de peste suína africana, que dizimou rebanhos e diminuiu a oferta de carne no país, os volumes negociados alcançaram 1,84 milhão de toneladas e a receita US$ 7,59 bilhões.

Fonte: G1

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