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24/01/2024 19:09h - Argentina - Mundo

Milhares de pessoas saem às ruas na Argentina contra reformas de Milei

Contra o Decreto Nacional de Urgência, composto por 366 artigos que rapidamente promoveram grandes mudanças na legislação trabalhista, milhares tomaram as ruas em greve geral na Argentina - Foto: AFP

Milhares de pessoas saíram às ruas na Argentina nesta quarta-feira (24) para fazer a primeira greve geral contra o governo do presidente Javier Milei, apenas 45 dias após sua posse. O país, que já estava abalado por uma inflação anual recorde de 211%, viu as drásticas medidas do novo presidente, líder do partido La Libertad Avanza, piorarem ainda mais o poder de compra da população. A greve geral foi oficialmente convocada pela maior central sindical da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), de orientação peronista, com o apoio da Confederação dos Trabalhadores Argentinos (CTA), a segunda maior do país. Além das organizações sindicais, a greve também é apoiada pelas Mães e Avós da Praça de Maio — grupo formado por mulheres que tiveram seus filhos assassinados ou desaparecidos durante a ditadura militar do país, entre 1976 e 1983. “Essa manifestação é tão grande que reuniu muitas forças distintas da sociedade, que foram afetadas pelo DNU [Decreto Nacional de Urgência] de Milei. Há muita insatisfação porque o governo quer tirar o financiamento de vários setores e privatizar tudo”, afirmou César. Decreto Nacional de Urgência na Argentina O DNU afetou profundamente diversos setores da sociedade. Composto por 366 artigos, o decreto introduziu rapidamente grandes mudanças na legislação trabalhista. Entre elas, a exigência de uma cobertura mínima de 75% em serviços essenciais, a possibilidade de demissões por justa causa durante greves que, junto com a dolarização da economia, reduziu drasticamente o poder de compra dos trabalhadores. Devido a esta queda drástica no poder de compra, o argentino viu em dezembro o consumo cair 13,7%, e a produção nas pequenas indústrias, 26,9%, segundo dados da Câmara Empresarial CAME. Todo esse contexto gerou uma situação desconfortável para a classe média e baixa. Cesar destacou a importância da mobilização para demonstrar a grande insatisfação da população com as políticas do governo. “Queremos mostrar que mais da metade da população não está de acordo com suas medidas. Além de parar um dia o país, e fazer as corporações sentirem no bolso. Queremos mostrar que a rua é da gente e que as políticas não estariam sendo benéficas para o país inteiro”. Por DAIANE NORA

Fonte: NDmais

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