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06/04/2022 21:01h - Ucrânia - Mundo

'Nova Dama da Morte': quem é a atiradora ovacionada pelos ucranianos

Membro das forças armadas ucranianas desde 2017, Charcoal foi apelidada de “Dama da Morte” dos dias modernos.

Aclamada pelo Exército ucraniano, uma atiradora de codinome “Charcoal”, carvão em tradução livre, passou a ser tratada como heroína nacional após receber elogio público das forças armadas do país. A atiradora entrou no poder militar da Ucrânia em 2017; e antes da invasão russa, já havia lutado contra separatistas. Voltou ao combate após a investida militar do país liderado por Vladimir Putin, em 24 de fevereiro. Na mensagem compartilhada pelo Exército ucraniano, Charcoal prometeu vingar seu país. “Devemos acabar com todos eles”, defendeu se referindo aos militares russos. Ela ainda condenou a invasão. “Essas pessoas não são seres humanos. Mesmo os fascistas não eram tão vis. Devemos derrotá-los”, concluiu. A militar passou a ser chamada por admiradores de “Nova Dama da Morte”, em referência à atiradora ucraniana Lyudmila Pavlichenko, conhecida como a “Dama da Morte”. Lyudmila combateu durante a Segunda Guerra Mundial, fazendo parte do Exército Vermelho soviético. A veterana teria matado mais de 300 soldados nazistas. Sanções Os Estados Unidos, a União Europeia e o G7, grupo dos países mais ricos, confirmaram uma nova rodada de sanções econômicas e comerciais contra a Rússia. Na mira estão bancos, empresas estatais, autoridades públicas e políticos. Nesta quarta-feira (6/4), a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, adiantou detalhes do que chamou de “pacote abrangente” de sanções. Na prática, os russos serão proibidos de fazer novos investimentos e negociações comerciais. Entre as personalidades políticas que serão alvos das sanções estão as filhas do presidente russo, Vladimir Putin, e os parentes de ministros e ex-ministros do primeiro escalão do Kremlin (veja a lista abaixo). Eles foram acusados de esconder dinheiro no exterior. “Amanhã, o que vamos anunciar é um pacote abrangente adicional de sanções, que irá impor custos à Rússia e enviá-la ainda mais para o caminho do isolamento econômico, financeiro e tecnológico”, comentou. Estados Unidos, União Europeia e G7 representam cerca de 50% do comércio mundial. “Degradaremos os principais instrumentos do poder estatal russo, impor danos econômicos agudos e imediatos à Rússia e responsabilizar a cleptocracia russa, que financia e apoia a guerra de Putin”, concluiu. Katerina Tikhonovna – filha de Putin Maria Putina – filha de Putin Mikhail Mishutsin – primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev – ex-primeiro-ministro russo Maria Lavrova – esposa do ministro da Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov Sberbank – maior banco público russo Alfa Bank – banco banco privado russo A Ucrânia vive o 41º dia de ataques consecutivos desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. O desgaste diplomático está cada vez maior e resvala em outros países. O governo de Zelensky estima que 80% da população de Bucha, cidade próxima da capital Kiev, foi dizimada. Na noite de terça-feira (5/4), o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou o envio de mais US$ 100 milhões (R$ 465 milhões) em ajuda militar ao país invadido. “Como as forças ucranianas continuam a combater corajosamente a invasão da Rússia, autorizei [o envio de] US$ 100 milhões para atender a uma necessidade urgente de sistemas antitanque adicionais para as forças da Ucrânia”, escreveu Blinken no Twitter. Zelensky reclama O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou o comportamento de países do Ocidente e acusou as nações de pensarem mais em dinheiro do que no horror da guerra. A reclamação de Zelensky, feita nesta quarta-feira (6/4) no Parlamento da Irlanda, ocorre após integrantes da União Europeia se dividirem sobre novas sanções contra a Rússia. “A única coisa que nos falta é a abordagem de princípios de alguns líderes, líderes políticos e líderes empresariais, que ainda pensam que a guerra e os crimes de guerra não são algo tão horrível quanto as perdas financeiras”, lamentou. “Não posso tolerar nenhuma indecisão depois de tudo o que as tropas russas fizeram”, concluiu. Ataques Nesta quarta-feira (6/4), as cidades de Kharkiv, Mariupol e Sievierodonetsk sofreram novos bombardeios. Prédios ficaram em chamas. Ainda não há informações sobre mortos e feridos. As tropas russas avançam sobre Kharkiv, no leste, e a já devastada Mariupol, no sul. Mariupol enfrenta a situação mais dramática: 160 mil moradores estão sem energia, aquecimento ou água. Cerca de 90% dos imóveis foram destruídos pela guerra. O governador da região leste de Luhansk, território separatista pró-Rússia, relatou que 10 prédios estão em chamas na cidade vizinha de Sievierodonetsk. População dizimada Autoridades ucranianas acusam a Rússia de realizar massacre de civis na cidade de Bucha. O prefeito local, Anatoliy Fedoruk, anunciou que atualmente a população está estimada em 3,4 mil habitantes — número 88% menor que os 30 mil registrados em 2021. O mundo está assombrado com vídeos divulgados no domingo (3/4). Nas gravações, é possível ver cenas chocantes da tragédia na cidade de Bucha. As imagens mostram ao menos 20 cadáveres no chão e em valas comuns. O governo ucraniano diz que mais de 400 corpos de civis foram encontrados na cidade. Por Otávio Augusto

Fonte: Metrópoles

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