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20/07/2021 19:57h - Paris - Mundo

Promotoria de Paris abre investigação sobre o uso do spyware Pegasus para espionagem clandestina

Software espião Pegasus só consegue invadir sistemas operacionais iOS e Android. Foto: Unsplash/Shyam Mishra

A promotoria de Paris abriu nesta 3ª feira (20.jul.2021) uma investigação para analisar a suspeita do uso generalizado do spyware Pegasus, da empresa de Israel NSO Group, para espionar jornalistas, ativistas de direitos humanos e dissidentes políticos. As informações são do Le Figaro. Vários veículos de comunicação, incluindo o Le Monde, Guardian e Washington Post, revelaram no domingo (18.jul.2021) que Lénaïg Bredoux, jornalista do Mediapart, e o fundador do site, Edwy Plenel, estão entre os mais de 180 jornalistas espionados em todo o mundo através deste spyware. O Mediapart apresentou uma reclamação na 2ª feira (19.jul.2021). Em sua página no Twitter, o site disse que foi violada a intimidade privada de 2 jornalistas e roubados e explorados dados pessoais e profissionais. Afirmou que o objetivo era tentar “silenciar os jornalistas independentes no Marrocos, tentando descobrir como estavam investigando no país“. O governo marroquino se defendeu negando que havia adquirido o “software de computador para infiltrar-se nos equipamentos de comunicação“. Segundo o Le Monde, além dos jornalistas do Marrocos, “cerca de 30 jornalistas franceses estão na lista de alvos da Pegasus, em redações como do Le Monde, Le Canard enchaîné, Le Figaro, AFP e France Télévisions“. A investigação em Paris começa com uma lista de 10 potenciais delitos, incluindo invasão de privacidade e associação criminosa, disse o Ministério Público francês. A investigação também analisa outros delitos, como a introdução, extração e transmissão fraudulenta de dados, potencialmente atribuíveis aos usuários do Pegasus. De acordo com a investigação publicada no domingo (18.jul.2021) por um consórcio de 17 mídias internacionais, o Pegasus teria permitido espionar os números de pelo menos 180 jornalistas, 600 políticos, 85 ativistas de direitos humanos e 65 líderes empresariais de diferentes países. O spyware da Pegasus, que é inserido em um smartphone, pode recuperar mensagens, fotos, contatos e até mesmo ouvir as ligações de seu proprietário. O trabalho do consórcio é baseado em uma lista obtida pela Forbidden Stories, uma rede com sede na França, e pela Anistia Internacional. Inclui cerca de 50.000 números de telefone selecionados por clientes da NSO desde 2016 para possível análise. A NSO insiste que seu software é usado só para obter informações contra redes criminosas ou terroristas. O grupo negou “veementemente as falsas acusações feitas” na investigação, que disse estar “cheio de falsas suposições e teorias não substanciadas“. Afirmou que estava considerando um processo por difamação.

Fonte: Poder360

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