19/08/2022 22:44h - Porto Velho - Policial

Juiz Hedy Carlos de Buritis é suspeito de usar "laranja" para acobertar patrimônio e lavar dinheiro com transações de gado e criptomoedas; policiais civis de SP são acusados de serem capangas dele

O juiz, segundo a denúncia, usa um laranja para acobertar patrimônio e lava dinheiro com transações de gado e criptomoedas.

O juiz de Direito Hedy Carlos Soares preso na última quarta-feira no aeroporto de Guarulhos (SP) quando iria embarcar para os Estados Unidos, onde residem sua esposa e filhos, é acusado pelo Ministério Público de Rondônia de comandar um grupo criminoso que atua em Buritis, integrado por advogados e policiais civis de São Paulo. Esta semana, o desembargador Osny Claro de Oliveira Júnior expediu mandados de prisão, buscas e apreensões de veículos, criptomoedas, gado e dinheiro em nome do juiz e demais envolvidos, totalizando pouco mais de R$ 4 milhões. O juiz, segundo a denúncia, usa um laranja para acobertar patrimônio e lava dinheiro com transações de gado e criptomoedas. O caso começou a ser investigado quando Andréia de Lima Sinotti procurou a polícia alegando que o juiz, acompanhado de dois capangas armados, invadiram sua casa e a obrigaram a assinar uma procuração dando plenos poderes a Wevergton Alves da Silva para que ele administrasse o patrimônio dela e de seu marido, Sérgio Beraldo Santos, a mando do magistrado. Os capangas armados eram os policiais civis paulistas Edson Navarro Miranda e Claudinei Aparecido Ribeiro, que viajaram para Buritis apenas para intimidar Sérgio, que segundo o juiz ‘lhe deve R$ 3 milhões’. Na cidade, quem ‘opera’ junto com o magistrado é a advogada Bárbara Siqueira Pereira, que segundo o MP, teria ‘aconselhado’ Andréia a fazer outro boletim de ocorrência tirando o nome do juiz para ‘não prejudica-lo’. De acordo com as investigações do Ministério Público, no período em que Sérgio trabalhou para Hedy Carlos, Andréia teria movimentado a quantia de R$ 4.236.665,47, valor este absolutamente incompatível com a renda declarada, o que reforça, segundo o Ministério Público, o fato de Andréia e Sérgio também atuavam como “laranjas” de Hedy Carlos. A justiça de Rondônia determinou as prisões preventivas de Hedy Carlos, Bárbara, Edson e Claudinei. Além dos afastamentos de seus respectivos cargos públicos e proibição de ter qualquer forma de contato entre si ou com as supostas vítimas Andréia de Lima Sinotti e Sérgio Beraldo Santos e com as testemunhas Guilherme José de Almeida, Natália Roberto e Lucas Torres Ribeiro. Guilherme José de Almeida é testemunha e cartorário de Buritis. Ele percebeu que o casal Andréia e Sérgio não queria assinar a procuração dando amplos poderes a Wevergton e foi procurado por eles posteriormente para revogar o documento. Natália Roberto é cunhada de Andréia, também é testemunha. Ela foi procurada pela advogada para ‘aconselhar’ Andréia a retirar a queixa contra o magistrado. Lucas Torres Ribeiro é delegado de Polícia Civil em Buritis, e testemunha dos depoimentos de Andréia e registro da ocorrência. Por Alan Alex / Blog do painel politico

Fonte: Blog do painel politico

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