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16/05/2022 13:40h - Brasil - Política

Prefeito, 1ª dama e cantor são investigados por desvio de R$ 150 milhões

O prefeito afastado do Guarujá, Valter Suman. Foto: Felipe Beltrame/NurPhoto via Getty Images.

A Polícia Federal investiga o prefeito afastado, a primeira-dama e um empresário do Guarujá suspeitos de desviar R$ 150 milhões dos cofres públicos. Os recursos seriam usados para as áreas de educação e saúde do município paulista. Os desvios na educação foram descobertos quando a polícia investigava um desvio de R$ 100 milhões na pasta da saúde. Contratos no valor de ao menos R$ 30 milhões destinos à compra de merenda poderiam ter sido fraudados. Segundo a investigação, o empresário Almir Matias da Silva teria usado o valor para promover a própria carreira de cantor. Ele afirma ser músico profissional e conta até com um pequeno fã-clube nas redes sociais, com 64 seguidores no perfil. Como empresário, ele representava uma Organização Social, que tinha contratos com a prefeitura para realizar atendimento nas principais unidades de saúde da cidade entre 2018 e 2021. Silva teria desviado cerca de 70% do valor que recebeu da administração municipal: ele embolsou R$ 109 milhões dos R$ 153 milhões, segundo a investigação. “Verificamos como principais formas de atuação superfaturar contratos e o excesso ela reparte entre os corruptos envolvidos, outra prática criminosa é ainda mais radical, a inexistência dos serviços prestados maquiados por meio de notas frias”, disse. Isalino Antonio Giacomet Junior, delegado da PF, coordenador geral de repressão à corrupção e crimes financeiros, à reportagem do Fantástico, da TV Globo. De acordo com a PF, parte do valor foi usado para o empresário gravar videoclipes e fazer shows, enquanto outra parte foi transferida para empresas de Silva, incluindo um salão de beleza que faturou R$ 12 milhões durante a pandemia. Ainda segundo a investigação, Silva era uma pessoa de confiança do prefeito do Guarujá, Valter Suman, que também se beneficiou dos desvios. Em entrevista ao Fantástico, Suman disse que mantinha uma relação “institucional” com o cantor. “Por ser um prestador de serviço ligado à saúde tivemos uma relação institucional, mas além desse vídeo nenhuma outra forma de proximidade ou frequência em casa isso não aconteceu”, afirmou. A suspeita é que Suman e a primeira-dama, Edna Suman, lideravam a organização criminosa. Além do empresário, participava também do esquema o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, que operava as transações. De acordo com a investigação, Marcelo referia-se ao casal como rei e rainha. O celular do secretário foi apreendido e revelou 23 notas ligadas a contratos públicos que foram negociados de maneira fraudulenta. O prefeito Suman chegou a ser preso e hoje responde em liberdade, enquanto está afastado pela Justiça. Ele e a esposa estão usando tornozeleira eletrônica. Nesta semana, Almir Matias Siva foi indiciado por corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Fonte: YAHOO

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