26/05/2025 17:40h - Brasil - Saúde

Dia Nacional de Combate ao Glaucoma reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce

Campanha destaca a relevância do rastreamento clínico e da adesão ao tratamento em pacientes com fatores de risco

Nesta segunda-feira, dia 26 de maio, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, uma data que vai além do calendário para se tornar um alerta de saúde pública. O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo e, por ser uma doença silenciosa, costuma ser diagnosticado apenas em estágios avançados, quando os danos à visão já são significativos e muitas vezes irreparáveis. O objetivo da campanha é conscientizar a população sobre os riscos da doença e reforçar a importância do acompanhamento oftalmológico regular. Caracterizado pelo aumento da pressão intraocular, o glaucoma danifica progressivamente o nervo óptico — estrutura responsável por transmitir os estímulos visuais do olho ao cérebro. À medida que essa lesão avança, o campo visual do paciente vai se estreitando de forma imperceptível, até que, nos casos mais graves, ocorre a perda total da visão. A ausência de sintomas nas fases iniciais dificulta o diagnóstico precoce e, por consequência, o início do tratamento adequado. Por isso, o acompanhamento oftalmológico deve ser constante, principalmente em grupos de risco. No Brasil, estima-se que cerca de 900 mil pessoas convivam com o glaucoma. A prevalência da doença é de aproximadamente 3,4% entre a população acima de 40 anos, aumentando para até 10% entre os maiores de 80 anos. A Organização Mundial da Saúde projeta que, até 2040, o número de pessoas com glaucoma no mundo ultrapasse 111 milhões. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para o glaucoma, incluindo consultas, exames e medicamentos. Atualmente, existem 441 estabelecimentos de saúde habilitados para assistência ao glaucoma no país. Em 2021, foram realizados mais de 2,3 milhões de atendimentos ambulatoriais relacionados à doença. O diagnóstico do glaucoma baseia-se principalmente no exame clínico oftalmológico que inclui o exame de tonometria e fundoscopia. Os exames de retinografia, campimetria visual computadorizada e Tomografia de Coerência Óptica (OCT) também podem ser usados para fins diagnósticos e controle do acometimento desta doença. O aumento da pressão intraocular é o principal fator de risco para o surgimento da doença. Segundo Arlindo José Freire Portes, oftalmologista e docente do Instituto de Educação Médica (IDOMED), além da vigilância clínica, o combate ao glaucoma também depende de informação de qualidade e políticas públicas eficazes. A ampliação do acesso a exames oftalmológicos, especialmente em populações mais vulneráveis e o fortalecimento de campanhas de conscientização são passos decisivos para reduzir o número de casos avançados. Outro ponto essencial é o fator hereditário: quem tem histórico familiar de glaucoma deve redobrar os cuidados e iniciar o acompanhamento oftalmológico ainda mais cedo, mesmo na ausência de qualquer incômodo visual. “O glaucoma não espera e a cegueira provocada por ele é irreversível, porém isso pode ser evitado com um simples gesto, ou seja, a consulta oftalmológica regular. Manter um acompanhamento médico, seguir corretamente o tratamento prescrito e estar bem-informado são atitudes que podem fazer toda a diferença. Preservar a visão é ter autonomia, mobilidade, bem-estar e qualidade de vida”, comenta Arlindo, oftalmologista do Instituto de Educação Médica (IDOMED).

Fonte: Assessoria

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