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03/09/2023 19:06h - Porto Velho - Saúde

Projeto Saúde Infinita leva atendimentos médicos à comunidades de Rondônia e Amazonas

Atividades são realizadas por diversas entidades como USP, Cemetron e Fiocruz. Foto: ao centro o professor doutor Luís Marcelo Aranha Camargo coordenador das atividades. Divulgação

Artigo por Felipe Corona: Há alguns meses, comunidades ribeirinhas de Rondônia e Amazonas contam com um alento, apesar das distâncias e da falta de infraestrutura: o projeto Saúde Infinita, realizado por diversas entidades públicas como a Universidade de São Paulo (USP), Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que possui uma unidade em Rondônia, estão levando atendimentos médicos à essas populações. E os desafios não são poucos, de acordo com o coordenador da atividade, professor doutor Luís Marcelo Aranha Camargo, que também é responsável pelo núcleo ICB5, da Universidade de São Paulo em Rondônia, localizado no município de Monte Negro (a cerca de 250 quilômetros de Porto Velho). Segundo ele, nessas localidades, falta de tudo: energia elétrica, comunicação, distâncias e acesso entre as comunidades e as cidades polo (como Humaitá e Manicoré, ambas no Amazonas), ocorrência de surtos de doenças endêmicas e de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), baixa cobertura de Pré-Natal, altos índices de gestações em adolescentes e baixa cobertura vacinal, entre outros. “Estas populações vivem atualmente da pesca, produção de farinha de mandioca, agricultura de subsistência e mais recentemente, do garimpo de ouro. São diversas comunidades de 50 a 100 pessoas que se dispersam às margens dos rios. Entre Humaitá e Manicoré, por exemplo, existem 117 comunidades”, explicou ele. E o projeto Saúde Infinita tem objetivos bem claros e simples: promover a saúde com ações preventivas e incremento na condução de pacientes com doenças agudas e crônicas na população ribeirinha da Amazônia. Após o projeto piloto, haverá oferta ao Ministério da Saúde, como modelo de assistência à saúde destas comunidades. A atividade conta com muitos parceiros, além das instituições já citadas, como o médico, doutor e subcoordenador do Saúde Infinita, Sérgio Basano, e o doutorando pela Fiocruz do Amazonas, Leormando Fortunato, que atua como assessor, além de acadêmicos de medicina Roberto Henrique Gibim (6º ano), Jane Yere da Costa Ibiapina (6º ano), Bruno Luís Almeida Aranha Camargo (2º ano) e Luís Gustavo Almeida Aranha Camargo (1º ano). Recentemente, entre os dias 12 a 21 de agosto, a equipe do Saúde Infinita visitou 108 casas com cadastramento de 333 pessoas. Para que todo esse resultado fosse possível foi necessária uma grande infraestrutura como carros, duas voadeiras (lanchas), placas de energia solar portáteis, internet móvel e notebook com impressora. Nesse trabalho todo, ainda aconteceram duas remoções para Humaitá por urgências médicas: um paciente de 57 anos com suspeitas de apendicite e uma criança de 08 anos de idade com um abcesso na coxa. Expansão O projeto básico do Saúde Infinita ainda prevê um estudo piloto em São Carlos, comunidade do Baixo Rio Madeira, que serve de referência para aproximadamente 350 pessoas dos arredores e 98 casas. A localidade fica a 8 horas de viagem de barco de Porto Velho. “As atividades iniciaram no mês de agosto deste ano com pesquisas na área e constituição de banco de dados dos habitantes, além de aplicação de questionário clínico epidemiológico. Vamos fazer um levantamento das condições atuais de saúde da região. Devemos atuar ali até pelo menos julho de 2025”, afirmou o professor Luís Marcelo Aranha Camargo. A iniciativa ainda quer a elaboração de uma linha de base, com indicadores de saúde (inclusive com informações retroativas) e informações secundárias fornecidas pelo Ministério da Saúde da área de estudo para verificar a efetividade das ações após a intervenção do Saúde Infinita. Conforme os dados de apresentação do programa, será realizada uma entrevista com o/a chefe de família sobre dados relacionados à idade, sexo, possíveis doenças dos moradores e a ocorrência de mortes, nascimentos, internações e as doenças nos últimos 2 anos. O Saúde Infinita ainda quer que em São Carlos haverá durante a pesquisa, tecnologia suficiente para a realização de consultas remotas por internet via satélite, durante quatro horas por dia, de 2ª a 6ª feira. “Serão atendidos casos agendados, urgências e emergências. Os dados ficarão armazenados em uma ‘nuvem computacional’, acessível aos agentes Comunitários de Saúde (ACS) e à equipe multiprofissional de saúde de forma remota, como enfermeiro, psicólogo, médico, biomédico, fisioterapeuta, odontólogo e nutricionista”, observou o professor da USP. Leia também: Núcleo da USP realiza pesquisa sobre Covid em morcegos e aves em Monte Negro Pesquisa da USP em Rondônia revela crianças e adolescentes com colesterol alto, obesidade e sedentarismo

Fonte: Jornal Rondoniavip

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