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21/09/2021 14:00h - Porto Velho - Saúde

Sesau estimula doação de órgãos com ações nos municípios

Central de Transplante de Rondônia funciona no Hospital de Base Ary Pinheiro, em Porto Velho

O Governo do Estado, por meio da Central de Transplante de Rondônia, vinculada à Secretária de Estado da Saúde (Sesau), em alusão ao Setembro Verde, mês que também busca conscientizar as pessoas quanto à importância de ser um doador de órgãos e tecidos para transformar e salvar vidas, está percorrendo os municípios do Estado com palestras educativas para profissionais de saúde e sociedade nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais públicos e privados. A iniciativa além combater a desinformação, atualiza a população sobre as mudanças na legislação, em vigor desde 2001, que retira da Carteira de Identidade (RG), o desejo expresso de ser um doador. “A única forma de ser um doador é avisando a sua família. Uma das nossas maiores problemáticas é a recusa familiar; essa recusa vem muitas vezes da falta de conhecimento sobre a temática da doação de órgãos. As pessoas não têm o hábito de conversar sobre esse assunto com os familiares e amigos, não buscam informações corretas e na oportunidade acabam negando a doação”, explicou a gerente da Central de Transplantes de Rondônia, Renata Restier. Um único doador de órgãos pode salvar mais de oito vidas, mas, essa realidade está longe de atingir seu maior potencial, pois, a recusa familiar para a doação de órgãos ainda é alta. No Brasil, até julho de 2021, 40% das famílias se recusaram a doar os órgãos de parentes falecidos. Em Rondônia, esse número é de 56%. Associado a isso, dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) trazem, que em decorrência da pandemia, o número de doadores caiu 26% em país, em 2021. Segundo a gerente da Central de Transplante de Rondônia, que funciona no Hospital de Base Ary Pinheiro (Hbap), em Porto Velho, o doador em vida pode doar um rim, médula óssea (que pode ser feita até por crianças e mulheres grávidas, por não acarretar nenhum risco ao doador), parte do fígado (em torno de 70%), parte do pulmão (em situações excepcionais) e parte do pâncreas. Já um único doador falecido pode doar coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas. “Em Rondônia, um doador de órgãos, pode tirar cinco pessoas da fila do transplante, pois aqui são captados os dois rins, o fígado e as duas córneas. Portanto, no Estado, um doador salva cinco pessoas”, explicou. Com relação à pandemia causada pelo coronavirus, à coordenadora do Banco de Olhos, Helene Nobre, esclarece que se o potencial doador estiver positivo para a covid-19, a doação de órgãos é contraindicada. “Além disso, essa redução se deu por várias situações, tais como: orientação do próprio Ministério da Saúde em suspender busca ativa e transplantes, suspensão das cirurgias eletivas no Estado, falta de leitos nos hospitais e adoecimento dos profissionais de saúde”, detalhou. Helene destacou ainda, que para ser doador no Brasil, a pessoa não precisa deixar nada escrito, em nenhum documento, basta informar à família sobre o desejo. O procedimento só ocorre depois da autorização familiar. Em Rondônia já foram realizadas 238 captações de rins, 21 de fígado e 560 de córneas. Desses órgãos e tecidos captados, ajudaram a tirar centenas de pessoas na fila do transplante, proporcionando mais qualidade de vida aos pacientes. A Central de Transplante de Rondônia foi instituída em 2006; o serviço de doação de órgãos em 2011 e o serviço de transplante renal e de córneas pelo SUS, implantado pela Sesau, em 2014. “A doação é um ato simples, nobre e muitas vezes, num momento de dor, vem acalentar o coração das famílias que perdem entes queridos. É um ato de amor que salva outras vidas”, ressaltou Helene. Para ser realizada, a doação de órgãos primeiramente deve ser constatada a morte encefálica do doador, que é a parada irreversível da função do encéfalo, ou seja, é quando o cérebro e o tronco cerebral param de funcionar após uma grave lesão neurológica, para depois ser realizada a entrevista familiar para a doação de órgãos. A morte cerebral permite a doação de órgãos e tecidos, e a morte por parada cardiorespiratória, só permite a doação de tecidos. Atualmente 90 pessoas aguardam por transplante de rim e 298 por córnea em Rondônia. Transplante de fígado, coração e pulmão somente nos grandes centros de doação e transplantação. Importante ressaltar que, no Brasil, anualmente, em média, 12 mil pessoas apresentam morte cerebral, um dos critérios para a doação de órgãos. Desse número, aproximadamente seis mil pessoas poderiam ser doadoras de órgãos. Por outro lado, em média 23.800 pessoas têm a necessidade de receber um transplante a cada ano. Portanto, a chance de que alguém seja doador de órgãos é quatro vezes menor do que a chance de que venha a precisar de um transplante. QUEM PODE DOAR Qualquer pessoa pode ser doadora, exceto os portadores de doenças infecciosas ativas ou de câncer. E a doação não desfigura o corpo do doador. Para doadores vivos, o doador deve ter mais de 18 anos e o receptor deve ser cônjuge ou parente consanguíneo até quarto grau (pais, filhos, irmãos, avós, tios ou primos). Se não houver parentesco, será preciso autorização judicial. A doação de órgãos e tecidos não acarreta nenhum custo ou ganho material à família do doador nem do receptor. Um doador falecido pode doar fígado, rins, córneas, pâncreas, intestino, veias, ossos e tendões, ou seja, uma única pessoa pode salvar várias vidas. Além disso, existe o doador voluntário que pode doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea ou parte do pulmão, para pessoas de até quarto grau de parentesco e cônjuges.
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Fonte: SECOM

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