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26/09/2018 08:00h - Porto Velho - Sérgio Pires

Acir perde recurso no STF, protesta e diz que sua campanha ao governo está mantida

Opinião de Primeira por Sérgio Pires

A bomba explodiu no final da tarde da terça. Por unanimidade, a Primeira Turma do STF não só negou os recursos impostos pelos advogados do empresário e senador Acir Gurgacz, como determinou que ele comece imediatamente a cumprir a pena de quatro anos e seis meses, num regime semiaberto. Foi uma surpresa extremamente negativa para a coligação liderada pelo senador, para ele próprio, amigos e familiares. Havia um clima extremamente otimista entre todo o grupo, com a perspectiva de que a sentença inicial contra ele seria modificada e Acir liberado não só da pena, como também para estar tranquilo para dar continuidade à sua batalha na disputa pelo Governo do Estado, seu grande projeto para agora e para os próximos anos. Os ministros Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber e Luis Roberto Barroso votaram contra ele e determinaram o cumprimento da pena, num caso de denúncias de crime contra a economia nacional, o que o empresário e senador sempre negou. Acir repetiu que o processo absolveu todos os demais envolvidos, mantendo apenas ele como réu – e depois condenado – quando ele foi apenas avalista de um empréstimo, “rigorosamente pago”. Comentários vindos de parceiros e membros da equipe de Acir consideraram a decisão “absurda e injusta”, como afirmou um deles. Ele vai recorrer imediatamente. Continuará candidato? Para sua equipe, vai sim, já que a decisão não tem nada a ver com a eleição, segundo comentários emitidos poucas horas depois da decisão do STF e confirmado por Nota Oficial emitida pouco depois. Uma Nota Oficial foi emitida por volta do anoitecer desta terça. Nela, há a afirmação de que o candidato considerou “surpreendente a decisão do STF”, porque, “representa clara violação do amplo direito de defesa”. Acrescenta que “é uma decisão que suprime instância, queimando etapas e direitos garantidos por lei”. Sublinha a nota,: a decisão “não considera os recursos apresentados pela defesa, como foi alertado pelo próprio ministro Marco Aurélio Mello, durante o julgamento”. A nota acrescenta que os advogados do senador “vão atacar imediatamente essa decisão, por meio de recurso de agravo, “pois consideram que, estranhamente, o relator pautou apenas a apreciação dos embargos pelo Ministério Público”. E protesta, “não fez o mesmo com os embargos de declaração e os embargos infringentes, apresentados pela defesa”. Diz ainda que “o senador considera lamentável a possibilidade de que uma decisão da Suprema Corte possa ter viés politico, como parece, pois ele é candidato ao Governo de Rondônia”. Depois de afirmar que continua crendo na Justiça e que espera que a decisão seja revista, a nota afirma que “Acir mantém sua agenda como candidato ao Governo”, confiando, finaliza, “que o .TSE fará a verdadeira Justiça e dará à população de Rondônia, o direito de escolher seu Governador, com serenidade e sem interferências indevidas de outros tipos de forças políticas”. TUDO NAS MÃOS DO TSE A verdade é que a decisão do STF, mesmo que permita recursos, é um balde de água fria na luta de Acir Gurgacz e seu grupo para manterem-se na campanha, com chances reais de chegar ao segundo turno e, dele, tentar saltar para a cadeira principal do Palácio Rio Madeira/CPA. Nas próximas horas, os recursos ainda possíveis serão encaminhados, mas, a partir de agora, não há qualquer certeza, do que poderá acontecer. O caso se transformou numa verdadeira loteria. Em relação à campanha, obviamente que há ainda alguns caminhos a percorrer, inclusive com todos os recursos previstos em lei sendo buscados pela defesa do candidato, mas a verdade verdadeira é que o caminho se tornou muito mais difícil. A partir de agora, o assunto está nas mãos dos ministros do TSE. Só eles têm o poder, desta terça em diante, de abrir as portas à candidatura de Acir Gurgacz ou fechá-las para sempre. O que acontecerá? ELEIÇÕES: SÓ FALTAM 12 DIAS A exatos 12 dias da eleição de 7 de outubro, com exceção de Acir Gurgacz, que não se sabe como fará em relação à sua campanha, todos os demais candidatos aceleram sua corrida atrás do eleitor. Para o Governo, os dois finalistas sairão entre Expedito Júnior, Maurão de Carvalho e o próprio Acir Gurgacz, caso a decisão do STF não o impeça de continuar na disputa. Enquanto isso, Expedito e Maurão ampliam suas campanhas, levando-a a todos os recantos do Estado. Como ficará a disputa, a partir de agora? Essa é a grande questão, ainda sem resposta. Já em relação às duas cadeiras ao Senado, a disputa torna-se cada vez mais cheia de suspense. Ao que tudo indica, Confúcio Moura já está lá, a menos que haja grande reviravolta. A segunda vaga sim, está ainda muito longe de ser decidida. Por enquanto, as últimas pesquisas apontam que ela seria de Valdir Raupp, se a eleição fosse hoje. Com a saída e Fátima Cleide, (ao menos até agora ela não conseguiu reverter o indeferimento da sua chapa) Marcos Rogério e Carlos Magno já colaram nela e estão crescendo. Jesualdo Pires vem muito perto. Ou seja, até Jesualdo, tirando Fátima, ainda há três perseguidores perigosos para Raupp. Marcos Rogério vem de um bom mandato como deputado federal; Carlos Magno tem o aval de Ivo Cassol, que percorre o estado pedindo voto para ele e Jesualdo Pires tem o aparato do PSB e a história de ter sido um prefeito muito diferenciado em Ji-Paraná. O que pode acontecer de positivo para Raupp é os três representantes da região central tirarem votos um do outro, beneficiando então o emedebista. Mas que a disputa está voto a voto, está sim! NENHUMA CARA NOVA NA CÂMARA Para a Câmara Federal, a tendência, como em todo o país, é a reeleição de muitos parlamentares. São mais conhecidos, têm mais espaço na mídia e mais recursos financeiros; tem a fatia maior do Fundo Partidário e ainda são beneficiados pela legislação eleitoral, feita para impedir que novas lideranças possam surgir. Prova disso é que, entre aqueles que todos os especialistas apostam como futuros eleitos, nenhum faz parte do que se pode chamar de cara nova na política. Seis dos atuais deputados estarão concorrendo à reeleição (Nilton Capixaba desistiu, por ter problemas com a Justiça Eleitoral e Marcos Rogério tenta o Senado). Marinha Raupp, Mariana Carvalho, Lúcio Mosquini, Luiz Cláudio da Agricultura, Expedito Neto e Lindomar Garçon saem na frente na disputa. Terão alguns pesos pesados a enfrentar, como Mauro Nazif, Jaqueline Cassol, Cláudia Moura, Padre Ton, Silvia Cristina, Agnaldo Nepomuceno, Melki Donadon (sub judice), Rosária Helena, Lucas Follador, Cristiane Lopes, entre alguns outros, mas saem com grande vantagem. No total, 119 concorrem à Câmara. Não há, entre eles, nenhum postulante que já não tenha experiência política, seja em cargos legislativos ou executivos. Caras novas não têm qualquer chance, infelizmente, apesar de termos nomes de gente muito boa, que poderiam oxigenar a política regional. RENOVAÇÃO NA ALE SERÁ MENOR Já em relação à Assembleia Legislativa, os números são superlativos. São mais de 360 candidatos para as 24 vagas. A perspectiva é de que se repita o mesmo fenômeno: que haja um percentual menor de renovação do que houve na última legislatura. Nela, os novos nomes chegaram a quase 70 por cento, enquanto para essa nova, com a votação em 7 de outubro, a previsão é de que entre 12 e 13 dos atuais 22 parlamentares que buscam a reeleição, possam chegar lá. Dos 24, só Maurão de Carvalho, que disputa o Governo e Léo Moraes, que concorre à Câmara Federal, estarão fora da busca de retornar ao parlamento. Dezenas de lideranças, tanto da Capital quanto do interior, estão vindo com toda a força para defenestrar os atuais detentores das cadeiras na ALE. Contudo, pelo que se ouve, a tendência é que a maioria dos atuais deputados retorne em 2019. Só se saberá que essa tendência é correta ou não, quando se abrirem as urnas em 7 de outubro e os números começarem a serem computados. Até lá, todos atrás do eleitor! UMA NOVA PRAÇA EFMM EM 18 MESES O prefeito Hildon Chaves anda entusiasmado com o projeto de revitalização da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré que, segundo ele, dessa vez sairá sim do papel. No dia 2 de outubro, todo o projeto terá o pontapé inicial, com o início das obras de contensão do barranco do rio Madeira, evitando que a erosão avance e destrua ainda mais a área onde está localizado o principal ponto histórico e turístico de Porto Velho. Num vídeo que postou na sua página no Facebook (https://web.facebook.com/drhildon/videos/274743113136976/UzpfSTEwMDAwMTQyMTI3MjgxMjoxOTQxOTgyMTQyNTI1ODA5/), Hildon Chaves explica detalhes da obra e mostra como ela ficará quando pronta, num prazo, segundo ele, de 18 meses, a partir de 2 de outubro próximo, aniversário da cidade. O Prefeito destaca que será uma obra grandiosa e que, finalmente, a Praça da Estrada de Ferro será preparada para se tornar um dos principais locais de encontro da família porto velhense. Espera-se que, dessa vez, finalmente as obras sejam iniciadas e concluídas. Dinheiro tem, com a parceria com a Santo Antônio Energia. A CULPA É DA VÍTIMA Não tem jeito mesmo: as leis brasileiras dão benefícios a assassinos, enquanto as vítimas são esquecidas e suas famílias ficam, para sempre, com a dor da perda. Um dos próximos casos a provar essa aberração é a possível saída da cadeia do goleiro Bruno, condenado a mais de 20 anos pelo cruel assassinato da sua ex namorada, Eliza Samúdio, com quem teve um filho. Ainda essa semana ele será beneficiado com a tal progressão de pena, como tantos outros criminosos que deixaram rastros de sangue (dos outros, é claro!) pelo caminho, mas são tratados como se fossem pobres coitados, vítimas da sociedade. Bruno terá as regalias que tem muitas vezes a assassina dos próprios pais, Suzane Von Richthofen, que, por incrível que pareça, recebe autorização para sair da cadeia no Dia das Mães, para “comemorar” a data, numa absoluta gozação com a cara da sociedade brasileira. Com menos de oito anos da pena cumpridos, o goleiro vai ser libertado. A família de Eliza até hoje não sabe onde foi enterrado o corpo dela. Nem o filho do casal sabe da sua mãe. É o Brasil, terra da impunidade e onde a gente trata assassino como se a vítima fosse culpada por ter morrido. PERGUNTINHA Você confia na segurança das urnas eletrônicas ou duvida, como o candidato Jair Bolsonaro, que acha que só com o voto impresso a eleição não deixará qualquer dúvida sobre seu resultado real?

Fonte: Sérgio Pires

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