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06/06/2021 08:23h - Porto Velho - Sérgio Pires

Aziz e Alencar são dois dos 15 senadores que podem tentar a reeleição em 2022. As urnas dirão sim a eles?

Opinião de Primeira por Sérgio Pires.

Assim como Jair Bolsonaro será julgado nas urnas, no ano que vem (se não for impedido antes!), parte dos seus mais duros adversários também o serão. O racha ideológico que dividiu o Brasil (“somos nós contra eles!”), colocou em trincheiras opostas – e trincheiras aqui não é só no sentido figurado – de um lado os bolsonaristas ferrenhos, que se dizem ampla maioria. De outro, os petistas, psolistas e demais partidos de esquerda que juram, inclusive apresentando números de pesquisas do desacreditado Instituto DataFolha, que Lula já está eleito. No meio dessa guerra, o povo brasileiro assiste, atônito, a se falar muito pouco de Brasil e muito mais de interesses políticos-eleitorais-eleitoreiros. A CPI do Circo, aliás, é o penúltimo exemplo. O último é o besteirol em torno da realização ou não da Copa América no Brasil, uma excrescência no debate nacional e uma vergonha que ruboriza os brasileiros de bem. As urnas vão dizer, em sua maioria, caso não haja golpe antes, quem merece o aval do povo e quem não merece. Por exemplo: no Senado Federal pelo menos 15 de seus membros, que encerram seu mandato no ano que vem e que precisarão do voto popular para voltarem aos seus cargos, caso não abram mão da reeleição, vão passar novamente no teste das urnas. Entre eles, o rondoniense Acir Gurgacz, que inclusive poderá concorrer ao Governo do Estado. Entre os 15, estão pelo menos dois dos maiores adversários do atual governo, que, caso não disputem outros cargos, tentarão voltar às suas cadeiras, pelo voto popular. São eles o amazonense Omar Aziz e o baiano Otto Alencar. O ex-governador do Amazonas preside a CPI do Circo, apelidada de CPI da Pandemia e tem sido um algoz de todos os convocados ou convidados que não rezem pela cartilha da oposição; Otto Alencar, que é médico ortopedista, tem atacado duramente qualquer posição pró governo Bolsonaro, na crise da pandemia. Os eleitores vão dizer sim a eles ou os vão defenestrar de suas cadeiras? Os demais senadores (afora Aziz, Alencar Gurgacz) cujos mandatos terminam em 2022, são os seguintes: Fernando Collor de Mello (PROS); Davi Alcolumbre (DEM); Tasso Jereissati (PSDB), Antonio Anastasia (PSD), Simone Tebet (MDB), Paulo Rocha (PT), Álvaro Dias (Podemos), Romário (PL), Jean Paulo Pratos (PT), Telmário Motta (PSD), José Serra (PSDB) e Kátia Abreu (PP). Outros adversários poderosos do atual governo, como o alagoano Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, terão ainda mais quatro anos de mandato. Os rondonienses Confúcio Moura (oposição ao atual governo) e Marcos Rogério (um dos maiores aliados), também têm mais quatro anos no pós 2022. DESEMBARGADOR ENCAMINHOU DECISÃO DE ÁREAS DE PROTEÇÃO AO PLENO Foi mal! Informação errada vinda da assessoria da Assembleia Legislativa, informava que o desembargador José Jorge Ribeiro da Luz não havia acatado liminar pedida pelo MP, em relação à lei que mudou áreas de preservação em Rondônia. Foi um mal- entendido. Na verdade o magistrado não tomou decisão monocrática, mas decidiu que o assunto deveria ser decidido pelo Pleno do Tribunal de Justiça. De acordo com o Ministério Público de Rondônia, a lei aprovada é inconstitucional, pois a Constituição Federal assegura o “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” e impõe ao “Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Já o Governo, Assembleia e entidades de pequenos produtores defendem que a lei regulariza a situação de centenas de famílias que trabalham na terra há décadas. O assunto, portanto, será definido pelo conjunto dos Desembargadores rondonienses. ESTADO VACINA CINCO MIL EM GUAJARÁ NO SÁBADO E NO DOMINGO O Estado entrou de sola para amenizar a falta de vacinação em Guajará Mirim, onde pelo menos cinco mil doses de vacina estavam estocadas, mas não tinham sido aplicadas na população. Uma equipe de mais de 80 pessoas, incluindo pessoal da Saúde, da Seduc e da Sejucel (com a participação da Juventude Voluntária), passou o sábado na cidade fronteiriça, imunizando milhares de pessoas. Comandada pessoalmente pelo secretário Fernando Máximo, toda a grande estrutura estadual se deslocou para Guajará, para fazer o que o Município não estava fazendo: dar às pessoas a chance de, via vacina, ter muito menos chance de ser infectada pelo vírus cruel. Proporcionalmente à sua população, Guajará foi uma das cidades mais atingidas pela doença. Até a sexta-feira, segundo boletim oficial da Sesau, ali já haviam sido registrados nada menos do que 5.325 casos, com 5.086 recuperados, mas, lamentavelmente, 210 mortes. Tudo isso com milhares de doses de vacinas mal acondicionadas e quase perdidas, pela falta de ação da Prefeitura. Neste sábado, a imunização aconteceu no IFRO e no ginásio municipal, até o final da tarde e continua neste domingo, das sete da manhã ao meio dia. No final dos trabalhos, o secretário Fernando Máximo pretende ver vacinadas nada menos do que cinco mil habitantes da cidade. VACINAS APLICADAS, MAS SEM INFORMAÇÃO, NOS DEIXA EM ÚLTIMO LUGAR NO PAÍS No geral, contudo, o sistema de vacinação no Estado continua lento, tal um cágado e, mais que isso, irresponsável, na medida em que não informa corretamente seus resultados aos órgãos de controle. O caso de Teixeirópolis é digno de registro. A Prefeitura diz que aplicou 100 por cento de todas as vacinas da primeira dose e quase 60 por cento da segunda dose. Contudo, pelos números oficiais, o município aplicou pouco mais de 10 por cento de todas as doses que recebeu. O que vale é o que está escrito. Se não há como enviar os dados para o Ministério da Saúde, vale o que está escrito. E o MS manda vacinas de acordo com as necessidades. Se os números apontam que há dezenas de milhares de doses enviadas e que, pelos números oficiais, não foram ainda utilizadas, para que mandar mais doses, se nem as que estão dentro de casa são usadas? Ou seja, tão importante quanto vacinar é informar aos órgãos oficiais sobre o andamento da imunização. É por essa falha, gritante e inexplicável, que Rondônia continua em último lugar no ranking dos que mais vacinam no país. É por isso que, até os boletins oficiais do final de semana, o sistema estadual de vacinação continuava empacado.E continuará assim, até que essa absurda incompetência dos municípios, seja corrigida. “AMBIENTE TÓXICO!”. “VERGONHOSA”! CFM FALA DURO CONTRA A CPI O rondoniense Hiran Gallo é um dos principais diretores do Conselho Federal de Medicina, maior entidade da categoria no país e que representa mais de meio milhão de médicos. Ele será o próximo presidente do CFM, a partir de 2022. Hiran foi um dos signatários, ao lado do atual presidente do órgão, Mauro Ribeiro e muitos outros líderes da categoria, da “Moção de Repúdio” contra a CPI do Circo, também apelidada de CPI da Pandemia, pela forma desairosa como vem tratando profissionais da Medicina que dela participam e especialmente, pela forma agressiva com que foi tratada a dra. Nise Yamagushi. Todos os 27 Conselhos Regionais de Medicina, obviamente o de Rondônia também, assinaram a nota. Depois, o presidente do CFM divulgou um vídeo onde repete as duríssimas críticas contra a CPI, afirmando que ela “é tóxica e vergonhosa!”. Ribeiro encaminhou ainda ofício ao presidente do Senado, o rondoniense Rodrigo Pacheco, reafirmando os termos da nota e do vídeo e pedindo para ser ouvido na CPI. O CFM tem mais de 533 mil associados e é a maior entidade médica da América Latina. GANGUES INSTAURAM TRIBUNAL DO CRIME EM CONJUNTOS POPULARES A “justiça” do crime chegou a mais um conjunto habitacional popular de Porto Velho. Menos violento, porque não aplica pena de morte, como o tribunal do crime, já instaurado e funcionando a pleno na guerra de facções do Orgulho do Madeira, mas tão assustador quanto o que ali se assiste. Agora, grupos logicamente não identificados, andam aplicando a lei no conjunto residencial Cristal da Calama, outra espécie de favela carioca onde, em breve, o crime organizado é quem vai ditar as leis, já que não é combatido e muito menos punido como deveria. Neste final de semana, um jovem de 18 anos foi sequestrado e espancado, porque seria suspeito de praticar roubos no local. Membros de alguma dessas facções, que querem mostrar poder aos moradores amedrontados, fizeram o julgamento e, sem qualquer prova, deram uma surra na vítima. Não adiantou ele alegar inocência. Foi avisado que na próxima será morto. Nas favelas brasileiras, há lei dura sim! Mas só a lei dos bandidos. Lamentável! A IDEOLOGIA CHEGA AO VESTIÁRIO E ATINGE EM CHEIO NOSSO FUTEBOL Ainda sob a tensão imposta pela crise da realização ou não da Copa América, os jogadores da Seleção Brasileira jogaram contra o Equador visivelmente abalados. É isso que dá misturar política com futebol. A CBF e Tite e sua comissão técnica não se entendem, envolveram os craques num debate espúrio (Tite detesta o presidente Bolsonaro e é fã de carteira de Lula, como já se sabe) e esse besteirol ideológico entrou vestiário adentro e atingiu com toda a força a Seleção, que apresentou um futebol pífio com o fraco Equador. A Rede Globo já tomou lado, claro. Ficou ao lado de Tite e quer derrubar o presidente da CPF, que agora está sendo acusado por uma ex-funcionária da Confederação de assédio e vários outros crimes. A guerra ideológica não tinha ainda atingido o futebol brasileiro, mas agora chegou nele com tudo. Os que jamais abriram o bico para contestar Brasileirão e vários outros campeonatos, agora acham que a competição sul americana pode espalhar o vírus. Uma brincadeira de mau gosto, uma falsidade doentia. Muitos jogadores, temendo o poderio da Globo, inclusive por poderem ser prejudicados em futuras convocações, estão se envolvendo nessa disputa idiota sobre a Copa América. É uma tristeza o que estamos assistindo. GREVE NA SAÚDE: RISCO DE UMA TRAGÉDIA DENTRO DA TRAGÉDIA Só de se ouvir falar em greve, no meio desta tenebrosa pandemia, já é assustador. Mas corre um frio na espinha, de cima abaixo, quando ela pode envolver profissionais da área da saúde, sem dúvida de quem a população mais precisa neste momento de terror. No Acre, há uma mobilização de várias categorias, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e vários outros profissionais. Todos extremamente vitais para o combate à pandemia. Há várias reivindicações, incluindo reposição de perdas salariais de 55 por cento para todas as categorias, incluindo-se os inativos. Não há qualquer dúvida de que exigir melhores salários e condições de trabalho é mais que um direito, é uma obrigação de todos os trabalhadores. Mas é sempre bom pensar sobre o momento em que vivemos. Há recursos? Se os há, as reivindicações devem ser atendidas. E se não houver? Os profissionais vão parar assim mesmo, correndo o risco de que muita gente morra? Nessas horas, o bom senso é que deve guiar a todos os envolvidos, para que se chegue a um acordo. Senão, o Acre pode assistir a mais uma tragédia dentro da tragédia. PERGUNTINHA O que você achou da decisão da Anvisa em autorizar a importação de lotes das vacinas Sputnik (russa) e Covaxin (indiana), mas colocando toda a responsabilidade nas mãos do Ministério da Saúde e dos secretários estaduais, já que não garante a eficácia e não dá aval para seu uso?

Fonte: Sérgio Pires

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