Publicidade

21/01/2021 07:07h - Porto Velho - Sérgio Pires

Bolsonaro e os pais da vacina querem guerra e palanque. Quem se importa com quem vai viver ou morrer?

Opinião de Primeira por Sérgio Pires

É uma pena que, mais uma vez, a questão de vida ou morte da vacina contra o coronavírus, tenha se transformado numa verdadeira guerra política. Ignorando o risco de perdemos mais milhares de vidas – quase 215 mil brasileiros já se foram – políticos de todas as matizes, principalmente os de oposição ao atual governo, fazem da crise um palanque eleitoral, despreocupados com o que pode vir por aí, em relação a uma grande tragédia nacional. Todos contra Bolsonaro, é o slogan dos opositores, como se isso fosse resolver uma provável falta de vacinas, o que causaria uma situação de quase guerra civil no país. O Presidente, por sua vez, continua agindo de forma irresponsável e infantil, ignorando a importância da imunização em massa e tratando tudo como se fossem questões de palanque eleitoral, com ele contra todos, mas ninguém defendendo a vida dos brasileiros. As pouco mais de 6 milhões de doses iniciais, deram apenas para encher o buraco do dente, como se diria na linguagem popular. Agora, quando a burocracia emperra a liberação de mais insumos chineses para a vacina Coronavac, a única que já chegou ao país, a oposição ao governo municia a grande mídia, ela também louca por uma catástrofe, não importa quantos mortos, desde que prejudique Bolsonaro, com uma campanha intensa para que o governo da China puna o Brasil, porque o Presidente e seus filhos criticaram a ditadura chinesa. Tudo isso incentivado pela fúria ignorante das redes sociais. Não há espírito público, não há solidariedade, não há amor aos irmãos brasileiros, que poderiam ser salvos, numa grandiosa e eficaz campanha de vacinação em massa. O que há são egos em jogo e beligerância pelo poder, de parte de algumas das mais importantes autoridades deste Brasil, que está à beira de um colapso, por culpa também de Bolsonaro, um Presidente, que, com seu ânimo beligerante, quer é briga, não paz. Mas a culpa maior é da oposição, que nunca aceitou que uma maioria de 57 milhões de brasileiros não escolheram manter-nos no rumo da roubalheira e do socialista fajuto. Todos, enfim, são farinha do mesmo saco. Enquanto esses psicopatas da política guerreiam entre si, cada um querendo ser o pai da vacina (que, aliás, não existe ainda, já que apenas uma ínfima parte da necessidade nacional foi produzida), na base, aqui embaixo, os pobres, os assalariados, os doentes, os potencialmente vítimas do vírus e as famílias daqueles que perderam seus entes queridos; os empresários que tiveram que fechar suas portas por decisões de Lockdowns que nunca deram resultado prático; os desempregados por essas medidas desconexas, todos, esperamos nossa vez de viver ou de morrer. Temos que rezar ou contarmos com a sorte, porque se dependermos das nossas lideranças, é bom a gente ir pagando planos para o jazigo perpétuo. Isso se houver cemitérios suficientes. OPÇÃO PELAS DUAS DOSES: DECISÃO TÉCNICA E NÃO POLÍTICA Em Rondônia, precavido, o governo do Estado não quer contar com o ovo no rabo da galinha. Pegou as perto de 50 mil doses que recebeu e vai dividir a vacinação em primeira e segunda fases, ou seja, imunizando 25 mil pessoas, mais ou menos e guardando as restantes 25 mil para a segunda dose. Pode parecer uma loucura, mas não é. O seguro morreu de velho! Caso não haja, em tempo hábil (21 dias) a liberação de mais vacinas Coronavac para o Estado, ao menos essas 25 mil pessoas imunizadas, estarão garantidas contra o vírus. Pior seria se a vacina fosse aplicada em 50 mil pessoas e, três semanas depois, não houvesse o mesmo número de doses para nova imunização. Todas as vacinas aplicadas em uma dose única, poderiam ser perdidas. Há sim, por parte do governo rondoniense, uma dúvida de que a Coronavac chegará em tempo para a dose definitiva. É uma decisão técnica e não política, como deveriam ser todas as tomadas de posição relacionadas com a vacina. Os questionamentos sobre essa posição são válidos, mas apenas tratados de forma teórica (“ora! o governo rondoniense não acredita em Bolsonaro?”, questionam algumas pessoas), mas na prática, mais uma vez, o secretário Fernando Máximo e o governador Marcos Rocha tomaram a decisão correta. Podem voltar atrás, o que seria um erro, pela pressão política que virá. Mas tecnicamente e pelo bom senso, a medida está certa! PREFEITURA TAMBÉM GUARDA A SEGUNDA DOSE A Prefeitura de Porto Velho, aliás, também seguirá o mesmo esquema. Vai usar as pouco mais de 18 mil e 800 doses da Coronavc para imunizar nove mil pessoas que atuam na linha de frente, na área da saúde, para o combate à Covid 19. Durante a cerimônia que marcou a abertura da Campanha de Vacinação contra a Covid-19 em Porto Velho, sete profissionais de saúde foram vacinados. Com 33 anos de serviço prestado na Semusa e desde o início da pandemia no contato direto com pacientes positivados, a auxiliar de enfermagem Fátima Leitão de Souza, de 54 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada em Porto Velho. No área estadual, uma médica, um enfermeiro e um índio foram os três primeiros a serem imunizados. Assim como o governador Marcos Rocha (que, com seu prestígio junto ao Planalto, conseguiu convencer o presidente Jair Bolsonaro que fossem enviadas mais 16 mil doses de vacina para Rondônia, afora as 33 mil que estavam garantidas), o prefeito Hildon Chaves também comemorou o início da vacinação. Ele agora está trabalhando no sentido de conseguir as 40 mil doses da vacina que negociou com o Instituto Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, recentemente. Já para o Estado, há a expectativa de que mais doses da Coronavac cheguem nas próximas semanas. CARLA: EXCEÇÃO À SANHA ARRECADADORA, CONGELA TRIBUTOS Enquanto muitas prefeituras e órgãos de arrecadação, como o Detran, por exemplo, aumentam taxas e tributos, mesmo nesses tempos de crise, causada pela pandemia, a jovem prefeita de Ariquemes, Carla Redano, vai na contramão dessa ânsia por arrecadar e prioriza a preocupação com seus contribuintes. Ela solicitou da sua assessoria, estudos técnicos que permitam congelar todas as tarifas de serviços públicos da cidade. A decisão foi anunciada numa reunião com o procurador geral, Gustavo Silveira e com representantes da Agência Municipal de Regulação, dias atrás. Carla Redano fez questão de destacar que todos estamos vivendo e decidiu que “este não é o momento de pensar em aumento de tarifas ou qualquer tributo que onere a população.” Mais que isso, a Prefeita está solicitando um novo estudo, para reavaliar o valor das tarifas aplicadas no município e que são bancadas pela população. Ou seja, a sanha arrecadadora das gestões, em todos os níveis de governo, tem também exceções que merecem ser destacadas. A nova Prefeita de Ariquemes está provando isso. REVISTA VEJA NÃO QUEBROU, SÓ PERDEU PARQUE GRÁFICO O parque gráfico da Veja realmente fechou, porque isso faz parte do acordo de recuperação judicial daquela que já foi a maior revista brasileira, com tiragem que, nos áureos tempos, superou 1 milhão e 500 mil exemplares, terá que fazer como a maioria das publicações nacionais: terceirizar a impressão dos seus exemplares. Nessa semana, surgiu um boato, acompanhado de um vídeo, que mostrava a tiragem da última edição da revista na gráfica própria, como se fosse a edição derradeira de Veja. Não é. Caminhando para completar 53 anos de circulação, a poderosa publicação perdeu muito do respeito dos leitores, quando começou a tomar posições políticas e se tornou apenas crítica ao atual governo. Some-se a isso a perda da publicidade oficial, que, aliás, o governo federal cortou de praticamente todos os veículos de imprensa, ressalvando-se apenas algumas exceções e, mais que isso, a crise mundial imposta às publicações impressas pela internet e pelo noticiário das TVs, e chega-se a um quadro de enormes dificuldades para a Veja. Mas ela continua circulando, embora, a partir desta semana, já não seja impressa no enorme e moderno parque gráfico que possuía. Ele e o prédio que o abrigam, entraram como pagamentos de dívidas no processo de recuperação judicial. O APOIO DE LAERTE E DA ALE PARA AJUDAR A SALVAR O IPERON Há que se destacar o esforço da Assembleia Legislativa para salvar o Iperon. Pelo menos nesses dois últimos anos, quando presidiu o Parlamento estadual, o presidente Laerte Gomes (seu mandato vai até 31 de janeiro), conseguiu mobilizar não só os deputados, mas também os Poderes, para uma batalha em defesa da viabilidade econômica do órgão de previdência do Estado. Foram inúmeras medidas que ele liderou ou participou. Na segunda-feira, por exemplo, quando presidiu as duas últimas sessões extraordinárias da ALE (até ontem não havia previsão da convocação de outras extraordinárias), Laerte e os deputados aprovaram a liberação de quase 20 milhões de reais para o Iperon. No final do ano passado, outro projeto, também aprovado na ALE, destinava sobras de recursos de todos os Poderes, para a tentativa de recuperação do órgão, principalmente para garantir que ele tenha condições de assegurar o pagamento dos aposentados e pensionistas. Agora, foi criado o Fundo Especial do Poder Legislativo de Complementação ao Fundo Financeiro do Iperon. Laerte informou que “já depositamos 14 milhões de reais de excesso de arrecadação e mais 6 milhões e 500 mil, recurso este do Pré-Sal, dividido entre os Poderes, para garantir a aposentadoria dos servidores da Assembleia Legislativa, um ato inédito na história dessa Casa de Leis, que dá exemplo e mostra a responsabilidade dos parlamentares com o Fundo Previdenciário”, destacou o presidente. PRODUTIVIDADE DA SOJA CRESCE, SEM AMPLIAR ÁREA DE PLANTIO Há poucas décadas atrás, o Brasil corria atrás de um recorde de exportações de produtos da agricultura: atingirmos os 100 milhões de toneladas. Esse número foi atingido ainda no final da década de 70, início da de 80. O agronegócio nacional foi num crescendo que, a tal ponto, neste ano estamos chegando a mais 101 milhões de toneladas exportadas, apenas de um dos nossos produtos de ponta: a soja. Até setembro do ano passado, por exemplo, só com a soja, o país já tinha exportado algo em torno de 420 milhões de dólares, o que, em reais, daria mais ou menos 2 bilhões e 210 milhões de reais. Em Rondônia, o crescimento da produção de soja tem sido um grande destaque na economia, principalmente no Cone Sul, onde, sem ampliar desmatamento, a produtividade da safra tem crescido ano a ano. Em Rondônia, as lavouras de soja devem alcançar 500 mil hectares. Junto com a soja, outros produtos do nosso agronegócio (como a carne, entre vários outros), tem sido responsáveis pelo crescimento do PIB rondoniense, que, mesmo em tempos de pandemia, cresceu bem mais do que a média nacional. BIDEN MUDA TUDO E O BRASIL PODE SER SEU ALVO Em plena pandemia, sem público e sob o mais forte esquema de segurança que já se viu no país, assumiu ontem o homem mais poderoso do mundo. Joe Biden tomou posse, nos Estados Unidos, sob expectativa de grande parte da população, que espera muito dele, mas sob dura oposição dos seguidores do agora ex presidente Donald Trump, sem dúvida um dos mandatários americanos mais atacados pela oposição mais à esquerda e pela mídia americana em toda a História. Biden já avisou que vai derrubar várias decisões de Trump, incluindo aquela ideia de construir um muro gigantesco, separando a divisa dos Estados Unidos com o México. Importante também é a decisão de recolocar seu país na Organização Mundial de Saúde, a OMS, da qual seu antecessor desligou o país no ano passado. Para o Brasil, há uma grande expectativa da mídia, até uma torcida, para que Biden comece a tomar medidas que possam enfraquecer as relações do Brasil para os Estados, como forma de desprestigiar o presidente Bolsonaro. O novo presidente americano, aliás, já fez declarações contra a política ambiental brasileira. Tudo indica que seja só o começo. PERGUNTINHA Você acha que o governo e a Prefeitura de Porto Velho deveriam aplicar uma só dose da vacina no dobro de pessoas ou manter a imunização na metade delas, para garantir a segunda dose?

Fonte: Sérgio Pires

Últimas Notícias

Notícias relacionadas