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01/07/2020 07:34h - Porto Velho - Sérgio Pires

Einstein dizia que "insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes"

Opinião de Primeira por Sérgio Pires

O número assusta por si só, embora a analise vá trazendo informações piores, na medida em que se analisa o contexto. Em pouco mais de 100 dias de pandemia, a Junta Comercial de Rondônia já detectou o fechamento de nada menos do que 700 empresas em todo o Estado. A grande maioria era de pequenos empreendimentos, mas também há casos de médias organizações que perderam seu CPF. Fazendo um cálculo por baixo, considerando que na média geral, cada uma dessas empresas proporcionasse apenas três empregos diretos, apenas aí já seriam 2.100 pessoas no olho da rua. Na realidade, certamente esse número é muito maior, ainda mais quanto se coloca os empregos indiretos que muitas empresas mantém. Isso tudo, afora a perda com impostos e o fato da economia começar a fraquejar em alguns setores. Tristes exemplos não faltam. Um comerciante de Porto Velho, que tinham cinco lojas, por exemplo, fechou quatro delas. Resta-lhe uma que, provavelmente também vá para o cemitério de CNPJs, com esse novo fechamento imposto pelo governo do Estado, pela Prefeitura e por vários órgãos que participaram de uma audiência pública de cinco horas e meia. E, onde ocorreu mais uma decisão que pode matar vários setores da nossa economia, porque, certamente, não trará outros resultados práticos. O que se observa é que muitos dos que sempre têm seus salários garantidos (alguns, gordos salários), defendem um isolamento total, porque nada têm a perder. A derrota será para aqueles que têm que madrugar para conseguir sobreviver e para o empresariado, a maior parte dele pequeno, tentando não afundar, mesmo depois de ser sugado por tantos impostos, tributos, taxas e outros quetais e que, agora, são tratados como os grandes responsáveis pelo aumento de casos de contágio e mortes pelo corona vírus. Como não há como controlar a população, porque parte dela simplesmente ignora as ordens dos cuidados sanitários, pune-se apenas quem trabalha, quem produz, quem gera emprego e quem acorda às cinco da manhã para defender seu minguado salário. Na nova tentativa de isolamento restritivo, que é uma espécie de lockdown menos duro, o que se viu, no primeiro dia, foi o que se vê nos últimos dois meses: a cidade continua funcionando; o trânsito é praticamente normal; o vai e vem de pessoas é intenso; os supermercados estão lotados e, só quem paga o pato mesmo são aqueles empreendedores e comerciantes que não estão no contexto dos serviços essenciais. Se todo esse sacrifício significasse a diminuição do número de casos e de óbitos, ainda valeria a pena. Mas estamos fazendo o mesmo de sempre, esperando resultados diferentes. Einstein dizia que isso é mais outra insanidade! NOVO ISOLAMENTO ATINGE 1 MILHÃO E 100 MIL O novo decreto de isolamento social não atingiu apenas Porto Velho e seus mais de 550 mil habitantes. Perto de 1 milhão e 100 mil rondonienses, em 23 cidades, incluindo a Capital, foram atingidos com a decisão de manter funcionando apenas os serviços essenciais. O prefeito Hildon Chaves foi quem reabriu a busca de um novo lockdown e, depois de uma vídeo conferência de cinco horas e meia, houve acordo para que voltasse a Fase 1, onde só serviços essenciais podem funcionar. Nem todos os prefeitos do interior concordaram. A primeira voz contra a decisão do novo decreto foi da prefeita de Cacoal, Glaucione Rodrigues, que decidiu manter o comércio aberto e vai recorrer contra a decisão de fechar tudo de novo. Todas as maiores cidades do Estado, como também algumas pequenas, como Pimenteiras do Oeste, o menor município do Estado, com pouco mais de 2 mil habitantes, estão incluídas na nova decisão. Em Porto Velho, advogados já entraram, na tarde desta terça, com ações pedindo liminares à Justiça para manter as lojas funcionando. Nesta quarta, certamente teremos novidades sobre o assunto. LOJAS NA JUSTIÇA E CORONA LEVA 19 VIDAS NUM DIA Várias entidades classistas do comércio e da indústria, já estão recorrendo à Justiça contra a decisão de um novo fechamento das portas. A mobilização começou ontem mesmo, quando ocorreu um movimento de contestação da ordem que veio do Governo do Estado, Prefeitura e da própria Justiça. Houve quem dissesse que não iria cumprir a determinação de, pela segunda vez em poucas semanas, parar de atender. Vários advogados estão sendo mobilizados para a contestação judicial da nova decisão de isolamento e de volta à Fase 1, com apenas os serviços essenciais podendo trabalhar. Enquanto isso ocorre, os números de contaminados continua crescendo. Na terça à noite, o número de mortos saltou de 499 para 518 : 19 novas vidas foram perdidas. Os contaminados saltaram de 20.406 para 21.251, ou seja, mais 845 infectados num só dia. Na segunda à noite, eram 8080 recuperados. Esse número, na terça, subiu para 9.225 ou seja, 1.145 rondonienses se livraram da doença. Também deve-se destacar o grande numero de exames feitos, Nesta terça à noite, já chegaram a mais de 76.433. . UMA SEMANA DEPOIS, SHOPPING FECHA DE NOVO Resignação! É esse o sentimento que resume nota distribuída pelo Porto Velho Shopping, no final da tarde desta terça, aceitando a nova decisão de ter que fechar suas portas novamente, depois de apenas uma semana reabertas (mesmo com todos os cuidados das autoridades sanitárias) e, certamente, tendo novo e enorme prejuízo. Diz o texto: “O Porto Velho Shopping informa que seguirá as novas orientações das autoridades, de suspensão das atividades durante o período determinado pela Portaria Conjunta Nº 11, de 29 de Junho de 2020, que estipula que o município de Porto Velho, retorne para a Fase I do Decreto Estadual nº 25.138. O Shopping esclarece ainda que apenas farmácias, alimentação e serviços de saúde, considerados essenciais à população, seguirão funcionando, assim como os serviços de delivery, drive-thru e Retire Aqui. O empreendimento reforça que segue atento aos desdobramentos do avanço da doença no país e a prioridade é zelar pela segurança e bem-estar de todos”. Depois de 88 dias com as portas fechadas, atendendo apenas serviços de drive thru e outras iniciativas que não reúnem público, o mais importante centro comercial do Estado fica semiaberto novamente. Até quando? Ganha um presente quem souber a resposta. NÃO HÁ DEFESA PARA O INVENTOR DE CURRÍCULO A coluna até que tentou defender o novo ministro indicado para a Educação, Carlos Decotelli, ao publicar de que ele teria sua biografia denegrida a partir do momento em que aceitou participar do governo Bolsonaro. Mas para algumas coisas não há defesa. As mentiras contadas pelo já possível ex ministro, aquele que foi sem ter sido, não têm como serem defendidas. Inventou um doutorado. Inventou um mestrado. Inventou que foi professor emérito da Fundação Getúlio Vargas. Teria forjado uma parceria com uma empresa alemã para pós doutorado, também desmentida pela Universidade de Wuppertal. Ora, num setor nevrálgico do governo, onde Bolsonaro teve que abrir mão de um amigo em que m confiava, Abraham Weintraub, para atender membros do STF ou do PSTF (Partido do Supremo Tribunal Federal, como alguns denominam), não é possível colocar um personagem com esse “não-currículo”!. O governo adiou a posse do novo ministro e o bom senso indica que ela deve ser adiada para sempre. Não há como comprar mais uma briga , desnecessária e, certamente, num pacote de erros que o governo não deve abrigar, de forma alguma. Que o Presidente procure outro personagem e que, ao menos, não seja um criador de currículos fictícios. Decotelli teve ao menos a grandeza de abrir mão da posse, senão estaria mentindo de novo! O PODER ESTÁ SAINDO DAS MÃOS DA MAIOR DE TODAS? Durante várias décadas, entre 40 e 50 anos, a Rede Globo foi a mais poderosa emissora de TV do país, com o maior e melhor elenco de astros e os maiores nomes da dramaturgia, do humor, da música, dos escritores de novelas e da produção televisiva. Com a fatia muito mais gorda das verbas publicitárias, principalmente das grandes empresas estatais, principalmente as ligadas ao governo federal, a emissora se dava ao luxo de pagar salários milionários a artistas que, por vezes, trabalham apenas uma vez por ano em suas novelas de enorme sucesso. Como a fonte secou, a emissora teve que começar a abrir mão de suas grandes estrelas. Entre elas Aguinaldo Silva, Vera Fischer, Zeca Camargo, Stênio Garcia, José de Abreu e, agora, um dos maiores entre os maiores: Renato Aragão. Ele é a mais recente demissão da grandiosa empresa que, atravessando uma crise financeira, com quase zero do dinheiro público, tem que buscar outras alternativas. Uma delas é derrubar o presidente Bolsonaro e eleger alguém que lhe seja simpático, para voltar a ter o poder que está perdendo. MONTES É O NOVO VICE LÍDER DO GOVERNO O deputado Jair Montes é o novo vice-líder do governo na Assembleia Legislativa. Ele já vinha, na prática, fazendo uma espécie de meio de campo entre o Palácio Rio Madeira/CPA e os parlamentares. A liderança continua com o deputado Eyder Brasil. Montes diz que aceitou o convite do governador Marcos Rocha para estreitar ainda mais o relacionamento entre os poderes. “Vamos trabalhar para que tenhamos um Estado muito mais forte e, daqui para a frente, uma saúde muito melhor para nossa população”. Ao assumir o posto, nesta terça, o parlamentar do Avante destacou ainda que, neste momento, além da guerra contra o corona vírus, há necessidade de se criar mecanismos para criação de emprego e renda, sob pena de a situação atual, que já é extremamente difícil, ficar muito pior”. Um dos primeiros desafios na nova missão de Montes é convencer seus pares sobre a necessidade do novo decreto de fechamento assinado pelo governador Marcos Rocha, após acordo na Justiça, ação que mereceu críticas no Parlamento. O presidente Laerte Gomes, por exemplo, protestou contra o fechamento do comércio em cidades do interior. Deputados de outras regiões também não concordaram com a medida. O assunto, aliás, deve dominar os debates na Assembleia, nessa semana. ELEIÇÕES: CÂMARA DECIDE NESTA QUARTA A quarta-feira pode ser o Dia D para a definição da data da eleição municipal deste ano (se é que o corona vírus vai permitir!), já que o assunto será a pauta principal da Câmara dos Deputados. O Senado já aprovou as novas datas de 15 de novembro para o primeiro turno (o que abrange a grande maioria das cidades brasileiras) e 29 de novembro para o segundo turno, nas que tiverem um eleitorado superior a 200 mil habitantes. Em Rondônia, a única cidade onde haveria segundo turno é a Capital, Porto Velho. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o adiamento das eleições deve ser votada nesta quarta, segundo anunciou o presidente Rod rigo Maia. "Está avançando para que a gente consiga colocar a matéria em votação. Está bem encaminhado o diálogo para que a gente possa votar e ter uma definição sobre esse assunto”. No Câmara, especula-se se os deputados aceitarão as datas decididas no Senado ou não. PERGUNTINHA A chegada deste segundo semestre de um dos anos mais loucos que todos já vivemos traz a você mais esperança ou mais medo?

Fonte: Sérgio Pires

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