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24/07/2018 07:50h - Porto Velho - Sérgio Pires

Eleições: as portas que ainda estão escancaradas e o protesto de Cassol contra alianças

Opinião de Primeira por Sérgio Pires

Nestas alturas do campeonato, com as coligações ainda sendo discutidas; com os bastidores fervilhando; com grupos antagônicos se unindo, como os de Ivo Cassol e Acir Gurgacz (embora os dois continuem distantes); com o MDB dividido entre o grupo de Valdir Raupp e o de Confúcio Moura; com a chegada de Expedito Júnior no jogo, não há como se afirmar que as coisas já estão claras ou sequer clareando. A cada momento surge uma nova possibilidade. A cada hora, grupos sentam para negociar; alianças são avaliadas e reavaliadas. A principal preocupação dos partidos é eleger deputados federais, porque deles depende o volume de recursos do Fundo Partidário. É isso, mais que tudo, o alvo principal. Mas também a disputa pelo Senado se acirra, com muitos nomes considerados de ponta, na disputa. Se Confúcio entrar na briga, ela será entre ele, Valdir Raupp, Jesualdo Pires, Marcos Rogério, Fátima Cleide. Aluízio Vidal e Carlos Magno, ao que tudo indica, para as duas vagas. Há vários outros candidatos, mas com chances muito pequenas. Já na corrida pelo Governo, Maurão de Carvalho nada de braçada, praticamente sozinho, ao menos até agora. Acir Gurgacz começa a acelerar e Expedito recém chegou. Paulo Benito será mesmo o nome do PT para a disputa ou o partido vai fechar com Gurgacz? Vinicius Miguel, da ainda minúscula Rede, terá chances? Haverá alguma surpresa, até a Hora H? Há quem jure que as portas ainda estão escancaradas para novas surpresas. Daniel Pereira seria a maior delas? Não se pode falar que as coisas estão todas postas, porque não estão. Enquanto isso, Ivo Cassol discursou, no encontro em que foi lançado o nome de Carlos Magno para o Senado, lamentando que a legislação eleitoral obrigue os partidos a fazerem “coligações estranhas”, para tentarem ter sucesso na eleição. “Ora, não seria muito mais fácil eleger os mais votados e pronto?”, questionou. Cassol relatou que não quis se envolver nas negociações dos membros do seu partido, o PP, com outras siglas. “Não sou proprietário do partido”, afiançou, embora se saiba do seu poderio político. Ao ponto da coligação com o grupo de Expedito Júnior só não ter sido fechada, porque o nome de Magno para a segunda vaga ao Senado não ter sido aprovada. O deputado federal Marcos Rogério chegou a comentar com companheiros, que não iria pedir votos para Magno. Daí, se ampliou o afastamento. Já o PDT de Gurgacz aceitou a parceria. Cassol aprovou, mas disse claramente que não estará no palanque de Gurgacz e nem pedirá voto para ele. Na verdade, o senador do PP tem metas bem claras nessa eleição. A primeira delas é eleger sua irmã, Jaqueline Cassol, como deputada federal. A outra é reeleger seu companheiro de longa data, Luiz Cláudio da Agricultura e ajudar a eleger seu amigo Tiziu Jidalias. A terceira é tentar eleger Magno ao Senado. Afora isso, ele chegou a confidenciar a amigos que não está preocupado com toda a mobilização que envolve as eleições no Estado. “Vou pescar!”, brincou. HILDON E OS VOTOS DA CAPITAL Expedito Júnior entra na corrida pelo Governo, garantindo que já tem um importante grupo de prefeitos ao seu lado e que terá pelo menos 30 a apoiá-lo, durante a campanha, o que ainda é apenas projeto. Contudo, já é concreto que no contexto dos prefeitos, um deles poderá ser muito importante na caminhada de Expedito. Hildon Chaves comanda a maior cidade do Estado, com mais de meio milhão de habitantes e quase 350 mil eleitores. Eleito pelo PSDB, ele foi a grande surpresa na disputa pela Prefeitura da Capital, em 2016, quando fez uma votação histórica e inclusive tirou o então prefeito Mauro Nazif do segundo turno, junto com o jovem Léo Moraes. Depois de mais de um ano e meio, enfrentando muitos problemas na organização do seu governo, Hildon parece que achou o rumo. Conseguiu muito dinheiro federal, graças ao apoio de praticamente toda a bancada rondoniense e está realizando um pacote de obras, que, certamente, lhe dará alta popularidade. É parceiro de primeira hora de Expedito, que ajudou muito na sua eleição e que tem, inclusive, grande número de pessoas em cargos comissionados, na administração municipal, indicados por ele, Expedito. A dupla, unida, pode reunir para o candidato tucano uma votação bastante expressiva, embora a Capital divida os votos e não tenha o perfil do interior, que se une em torno dos seus representantes. Mas que não se duvide: Hildon poderá ajudar muito ao seu parceiro político, nessa acirrada disputa! O ELEITOR VAI CONCORDAR? Dos atuais oito deputados federais, apenas um, Marcos Rogério, não vai concorrer á reeleição, porque decidiu disputar uma vaga ao Senado. Há um segundo caso sub judice, o do deputado Nilton Capixaba, já condenado em segunda instância, que também pode ficar fora. Os demais, todos, vão buscar um novo mandato. Marinha Raupp e Mariana Carvalho (as duas mulheres, as mais votadas na eleição passada); Lúcio Mosquini, Lindomar Garçon, Expedito Neto e Luiz Claudio da Agricultura estão no trecho, novamente postulantes a cadeiras no parlamento. Eles terão grandes desafios pela frente, porque há nomes muito fortes, tanto na Capital como no interior, querendo tomar seus lugares. A busca para eleger mais gente, exatamente para a Câmara Federal, é uma das maiores batalhas dos partidos e é o mote central para a formação de coligações, mesmo as mais estranhas, como a do PDT com o PP e o PR. Nesse grupo, que ainda está sendo formado, a meta é eleger pelo menos quatro deputados. O MDB quer eleger dois (ou reelegê-los). Nesse raciocínio, sobrariam ainda duas vagas para outras alianças e partidos, como o PT, por exemplo, que vem quente com o Padre Ton, como seu principal nome. Claro que é tudo hipótese, até porque ninguém combinou nada com o eleitor. E, na cabeça do eleitor, as escolhas e os cálculos podem ser muitooooooo diferentes do que projetam os políticos. CASA DO ÍNDIO NÃO É PRIORIDADE Ah, a Funai! É inacreditável o esforço que equipes da Fundação Nacional do Índio dispenderam para divulgar uma matéria pelas redes sociais, com um vídeo “flagrando” o último indígena de uma tribo, que, toda ela, teria sido toda morta por fazendeiros invasores. O “último indígena”, segundo a divulgação da Funai, apoiada pela indignação de ONGs que vivem do dinheiro público, está fugindo dos brancos desesperadamente, com medo de também ser morto. É o que induzem o texto e o vídeo divulgados pelo G1, da Globo. Mas essa gente não tem vergonha mesmo! Enquanto eles se dedicam a essas histórias, que até podem ter fundo de verdade, mas no geral são fantasiosas, já que não há qualquer prova das denúncias feitas, a Casa do índio, em Porto Velho, de responsabilidade da mesma Funai, está caindo na cabeça de pelo menos três dezenas de pobres coitados indígenas de diferentes tribos, que ali vivem. Jogados à própria sorte como animais. Para ajudar essas famílias indígenas a Funai não tem tempo nem dinheiro, mas para produzir vídeos midiáticos, com acusações sem provas, já que não há sequer pessoas denunciadas por eventuais crimes, aí sobra gente, tempo e grana. Afora os que pensam como eles, com a mesma ideologia, nos órgãos aparelhados do Estado e na mídia dominada pelo mesmo tipo de gente, ninguém mais acredita nessa entidade que, na verdade, não tem tempo para cuidar os índios, porque tem coisas mais importantes para fazer. Como vídeos ideológicos, por exemplo! A PISTOLAGEM VOLTOU Os crimes de pistolagem voltaram com tudo a Rondônia. Agora a briga não é por ouro ou domínio de algumas áreas à força, por gangues, mas luta pela terra. Na sexta, pelo menos cinco pessoas (incluindo uma advogada e seu marido, da Polícia Militar), foram tocaiados perto do distrito de Rondominas, em Ouro Preto. A perícia do PM, que conseguiu dar ré na camioneta e fugir dos tiros, salvou a vida de todos. A advogada levou um tiro na perna. A emboscada teve como mote, segundo as suspeitas, a briga pela terra na região, envolvendo fazendeiros, ocupantes de áreas e membros da famigerada LCP. No domingo, um líder sem terra foi tocaiado e morto, dessa vez em Seringueiras. A filha dele, de apenas 16 anos, que também estava no veículo perfurado à bala, levou um tiro na cabeça e está em estado gravíssimo. O pai dela, vítima de vários balaços, morreu na hora. Em várias regiões do interior de Rondônia, as invasões de fazendas, de áreas produtivas, de terras que tem dono, se tornaram uma rotina. O grupo mais violento, que continua agindo impunemente, é a Liga dos Camponeses Pobres, cujos membros, fortemente armados, causam o terror em todo o Estado. Do lado dos fazendeiros, também há muitas ações, algumas de defesa, mas muitas outras de violência e ataques desnecessários. Não está parecendo uma terra sem lei? BOLSONARO E SEUS 8 SEGUNDOS O quadro nacional começa a ficar mais claro. Ciro Gomes foi oficializado pela terceira vez como candidato à Presidência, agora pelo PDT. Geraldo Alkmin está formando um Frentão de partidos de centro, que vai lhe dar o maior tempo de TV e rádio, no horário gratuito. Duas vezes mais que o PT, só para se ter ideia. Marina Silva deve ser a opção da esquerda, já que as chances de Lula ser candidato são no mesmo nível em que o Afeganistão ser campeão da Copa do Mundo de Futebol. Dos nomes viáveis, o que agora tem maior prejuízo é Jair Bolsonaro. Solitário, ele não conseguiu a adesão do PR, como imaginava e ficou distante de outros partidos. Por enquanto, teria apenas 8 segundos do horário eleitoral, o que lhe daria um pouco mais daquele famoso candidato “Meu nome É Enéas”! Se não fechar alianças. Bolsonaro certamente poderá ter enormes dificuldades para chegar ao segundo turno, embora esteja à frente de todos os demais candidatos (menos quando Lula está na parada!), em todas as pesquisas. Os partidos tradicionais, é claro, criaram uma legislação para protegê-los e mantê-los no poder. Um Bolsonaro, com as atuais regras, só chegará ao segundo turno por milagre, já que a eleição é decidida, principalmente, no horário gratuito na TV e do rádio. ATRÁS DOS ASSASSINOS A polícia rondoniense tem alcançado altos índices de solução de crimes, principalmente os homicídios. Os índices atingidos pelos investigadores locais, esclarecendo um alto percentual de assassinatos, são muito acima dos nacionais, onde, na média, apenas 10 por cento dos matadores são descobertos e levados à Justiça. É baseando-se nesses resultados dos competentes policiais que atuam na área criminal, é que se pode exigir o rápido esclarecimento e a prisão dos assassinos, em pelo menos três crimes cruéis, que assustaram a comunidade de Porto Velho e Candeias, em pouco mais de 72 horas. O primeiro deles vitimou Édina Braga de Lima, uma exemplar funcionária da Prefeitura, que atuava no distrito de Triunfo e que foi morta covardemente, numa tocaia, por pelo menos dois bandidos. O outro caso aconteceu no bairro Escola de Polícia, quando uma menina de 15 anos foi fuzilada por dois motoqueiros, morrendo, também de forma covarde, com tiros na cabeça. Um absurdo. O terceiro caso envolve certamente ordens vindas de dentro do presídio. Um detento saiu para ir ao aniversário da filha, devidamente autorizado e foi assassinado no meio da rua. Achar os assassinos, esclarecer os motivos de tão bárbaros crimes e colocar os criminosos nas mãos da Justiça é questão de honra para a nossa polícia. PERGUNTINHAS Se Maurão de Carvalho e seu MDB contam com o apoio de pelo menos 30 prefeitos no Estado; se Acir Gurgacz quer contar com pelo menos 30 e Expedito Júnior anuncia que, em breve, anunciará que tem o apoio de três dezenas de Prefeitos rondonienses, alguma coisa não está errada nessa Matemática? De onde surgirão os 38 prefeitos que estão faltando para fechar essa conta?

Fonte: Sérgio Pires

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