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26/08/2018 10:44h - Porto Velho - Sérgio Pires

Terrorismo no mundo matou 124 mil pessoas em quatro anos. No Brasil, no mesmo período, foram 243 mil assassinatos

Opinião de Primeira por Sérgio Pires

Com exceção de Jair Bolsonaro (e daí se pode imaginar um dos motivos pelos quais ele lidera as pesquisas na corrida à Presidência, quando Lula está fora do cenário), os demais candidatos à Presidência têm relegado a questão da segurança pública a um plano secundário ou, no mínimo, a teorias de possibilidades futuras, de ações que comecem agora para tentar minimizar a violência daqui a décadas, quando a guerra é aqui e é agora. Vivemos no país do terror, onde o crime matou, no ano passado, quase 64 mil brasileiros. Isso mesmo! Foram 5.334 mortes por mês; 178 por dia; mais de sete a cada hora; um a cada menos de 9 minutos. Nenhuma guerra no mundo matou tanta gente. Para se ter ideia do que isso representa, todos os atos terroristas com vítimas fatais, registrados em cada recanto do Planeta, no mesmo período, registraram 18.475 mortos. Quase três vezes e meio menos mortos pelo terrorismo no mundo, do que os 64 mil brasileiros assassinados. Nos últimos quatro anos, então, segundo dados de um centro internacional de estudos dos Estados Unidos, especializado no tema, foram assassinados nada menos do que 243 mil brasileiros, uma média de 60.750 mortes/ano. No mesmo período, conflitos e atos terroristas tiraram a vida de 124 mil pessoas no Planeta. Matamos, nesse país “pacífico e com um povo indolente”, o dobro do que todos os atos terroristas somados, de 2014 a 2017. Jair Bolsonaro tem, no seu extremismo, um discurso que cai como uma luva no coração e mente de milhares de brasileiros, que já não aguentam mais tanta violência, tanto domínio do crime sobre a vida do cidadão comum; tantas leis de proteção à bandidagem, como dezenas de comissões de direitos humanos que vivem em função da defesa dos bandidos e, praticamente nunca, em defesa das vidas. E sempre usando dinheiro público. Quando Bolsonaro diz que no seu governo os cidadãos poderão usar armas em defesa própria; quando diz que não vai dar um centavo a quem defende direitos de bandidos; quando afirma que os invasores de terras alheias serão recebidos na bala, recebe uma saraivada de críticas de praticamente todos os setores considerados progressistas, da sociedade brasileira. E da mídia também. Só não é criticado pelos milhões de desesperançados, que, a essas alturas do campeonato, consideram que o extremismo de direita é a única salvação para acabar com a bandidagem no país. Não é, claro. Mas, ao menos no discurso, Bolsonaro diz que vai atacar e destruir o câncer, enquanto os outros candidatos continuam dizendo que vão estudá-lo e tratá-lo com todo o cuidado. Tem explicação, pois, um dos principais motivos pela liderança do extremismo na campanha presidencial. O olho por olho, dente por dente é um grande perigo. Mas, para muitos, é melhor do que morrer como cordeiro e ainda ver o assassino solto, pouco depois. FALTAM SÓ 43 DIAS A 43 dias antes do primeiro turno da eleição, os candidatos ao Governo começam a apressar seus passos, na busca do voto. O líder da pesquisa do Ibope, Expedito Júnior, tem interiorizado suas ações, em busca de mais apoios nos municípios. Sua assessoria comemora o fato de que ele já teria o apoio de pelo menos 31 prefeitos no Estado. Já Acir Gurgacz vai dedicar uma atenção muito especial ao horário eleitoral gratuito, já que é ele e sua coligação, são os que contam com o maior tempo para apresentar suas propostas e tentar convencer o eleitor que tem as melhores propostas para o Estado. Maurão de Carvalho está bastante otimista, nesse início de campanha, com os apoios que tem recebido de praticamente todos os recantos o Estado. Ele terá também um bom tempo no horário eleitoral e conta não só com as estrelas da política do MDB (como os candidatos ao Senado, Confúcio Moura e Valdir Raupp, dois ex governadores), como com uma militância fiel e ativa. Todos os três já estão gravando programas para o horário gratuito, ao mesmo tempo em que cumprem pesadas agendas pelo Estado. O quarto colocado na pesquisa do Ibope, Pimenta de Rondônia, da coligação PSOL/PT, também começa sua campanha otimista. Marcos Rocha, do PSL; Coronel Charlon, do PRTB e jovem Vinicius Miguel, ainda têm esperança de cresceram ante o eleitorado. Os outros dois (Pedro Nazareno e Comendador Queiroz, ambos com zero na pesquisa, têm pouco a fazer... RONDÔNIA DIVIDIDA, DIZ O IBOPE Mais uma surpresa na pesquisa do Ibope, em Rondônia, surgiu quando foram apresentados os números da disputa presidencial. Várias pesquisas feitas nos últimos meses, muitas delas também registradas na Justiça Eleitoral, davam enorme vantagem ao candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro. Em algumas cidades do interior, ele chegou a bater nos 60 por cento das intenções de voto, segundo ao menos uma dessas pesquisas. Pelo Ibope, nada disso! Ele e o candidato que não pode ser candidato, o ex Presidente Lula, do PT, estão praticamente empatados em Rondônia, na pesquisa estimulada, quando é apresentado ao entrevistado o nome dos concorrentes: Bolsonaro tem 29 por cento e Lula 28 por cento. Bem atrás apareceram Ciro Gomes e Marina Silva, ambos com 6 por cento; Geraldo Alkmin com 4 e Álvaro Dias com 2 por cento. Todos os demais estão ou com 1 por cento ou com zero. Na pesquisa espontânea, Bolsonaro bate Lula com 26 por cento contra 22 por cento, também empatados tecnicamente, considerada a margem de erro. Ou seja, toda aquela vantagem da direita em Rondônia, para a pesquisa do Ibope não existe. Veremos nas urnas, se esses números retratam mesmo a realidade. “NAQUELA URNA FALTA A FOTO DELE...” “Naquela mesa tá faltando ele...” A musica inesquecível de Sérgio Bittencourt, em homenagem a Jacó do Bandolin, nos anos 70, foi lembrada por um parceiro político do governador Daniel Pereira, essa semana, com uma paródia: “naquela urna tá faltando ele”!...Muitos assessores, amigos, companheiros de partido e da vida sindical, continuam inconformados com a decisão de Daniel de não disputar a reeleição. Com 19 por cento de avaliação ótimo ou bom de seu curto período no comando do Estado e mais 30 por cento de regular, ele estaria mais que credenciado para entrar na corrida pela sucessão estadual, segundo argumentam os que defendem que foi um erro histórico, Daniel Pereira abrir mão do que os gaúchos chamam de “não montar o cavalo que passa encilhado”. Enquanto esteve na Bolívia, nesses dois últimos dias, cumprindo uma série de compromissos em busca de novos negócios para o Estado (em conversações que ele mesmo iniciou, quando vice governador de Confúcio Moura), Daniel ouviu novamente pedidos para que repense sua decisão. O Governador se manteve firme na ideia de não entrar no jogo e apoiar Acir Gurgacz. A foto dele não estará na urna, em 7 de outubro. “Naquela urna falta a foto dele...”... DEBATES E SABATINAS COM OS CANDIDATOS Debates e entrevistas com os candidatos ao Governo já estão sendo agendados pelas emissoras de rádio e TV rondonienses O que já está certo são dois debates na TV Rondônia/Globo. O primeiro será em 2 de outubro, para o primeiro turno e 25 de outubro para os dois finalistas, no segundo turno. Já a SICTV/Record programou também um debate do primeiro turno em 28 de setembro. Para o segundo turno, o debate decisivo deve ser uma semana antes do eleição. A data ainda não foi confirmada. A SICTV fará também entrevistas individuais com todos os candidatos ao Governo, a partir de 4 de setembro. As sabatinas serão feitas pelos apresentadores do programa Papo de Redação, conhecidos como Dinossauros (Everton Leoni, Domingues Júnior, Beni Andrade, Jorge Peixoto e Sérgio Pires). O mesmo grupo entrevistará cada um dos postulantes ao governo na Rádio Parecis FM, a partir de 7 de setembro. A RedeTV! outra emissora que tradicionalmente faz uma cobertura especial das eleições, dessa feita não realizará debates. A emissora fará, contudo, entrevistas individuais com todos os candidatos, tanto no primeiro quanto no segundo turnos. Outras emissoras, como a Band, que tradicionalmente promove debates,, ainda não anunciaram seus projetos nesse sentido. LOUCURAS E MORTES NUM TRÂNSITO CAÓTICO O trânsito continua infernizando e infernizado. Há culpa das autoridades, há falta de fiscalização e sinalização, há graves deficiências, mas não se pode esconder a mais pura verdade: o grande responsável por tantos acidentes, feridos e mortos é mesmo o condutor de veículos. Principalmente os que pilotam motos (90 por cento deles não têm habilitação, segundo levantamento feito pelo Detran), mas também por motoristas de carros, camionetas e caminhões, que fazem as piores manobras e desrespeitam completamente toda a estrutura do trânsito, tanto na Capital como em várias cidades do interior. A falta de respeito para com os outros; o machismo nas ruas – também há mulheres que querem ganhar no grito, é verdade! – o desrespeito absurdo à sinalização; a maioria dos motoristas e motociclistas andando em velocidades muito acima do permitido e do bom sendo, em praticamente todas as vias das cidades, tudo isso coloca-nos na condição de trânsito mais criminoso do mundo. Por ano, quase 60 mil brasileiros perdem a vida em acidentes, a maioria deles facilmente evitáveis, caso fossem respeitadas as regras básicas no trânsito. Ah! E ainda tem os bêbados, que mesmo sabendo da dureza da lei, continuam dirigindo e pondo em risco a vida de todos. Em Porto Velho, apenas numa blitz na rua Pinheiro Machado, no centro da cidade, 19 condutores foram flagrados dirigindo depois de beber. Tem cura uma doença social deste nível? FALTA DE RESPEITO E DE AMOR À CIDADE Bastaram alguns minutos de uma chuva mais forte e várias ruas da Capital ficaram novamente alagadas. É a sina de Porto Velho, há mais de três décadas, entrar quase em colapso, em alguns dos seus bairros, quando chega a temporada de inverno, nesta Amazônia diferente. Aqui e ali, houve sim algumas melhorias, diminuição das alagações, mas muito menos do que a cidade precisa. O que piora ainda a situação é o enorme volume de lixo, jogado pelos próprios moradores, em ruas, bocas de lobo, locais onde a água deveria escoar, e também em córregos, riachos e canais. Por incrível que pareça, há ainda quem jogue sofá velho, fogões inúteis, pneus e todo o tipo de porcaria que se possa imaginar. Não há ação da Prefeitura que consiga superar essas enormes dificuldades, quando há tanto gente que não tem amor à sua cidade, nem respeito por ninguém e que continua transformado nossas ruas e locais que deveriam ser protegidos, em verdadeiros depósitos de lixo. Infelizmente também não se pode dizer que os sugismundos sejam uma minoria, Basta andar por alguns bairros da Capital, inclusive os mais próximos à área central, para ter certeza disso. O que fazer com estes porto velhenses que não querem mesmo ver sua cidade melhor e mais limpa? PERGUNTINHA Você concorda ou discorda da afirmação de que, se não estivessem na cadeia, dezenas de corruptos e ladrões do dinheiro público retornariam aos seus mandatos no Congresso, levados pelo voto do povo, aquele mesmo que vive discursando contra a corrupção?

Fonte: Sérgio Pires

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