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12/05/2022 06:53h - Porto Velho - Sérgio Pires

Um triste retrato da Amazônia, onde gente simples é enganada e proibida de trabalhar para sobreviver

Opinião de Primeira por Sérgio Pires.

Apenas quem não tem sentimentos em relação ao sofrimento alheio; a quem trabalha duro para sobreviver e é perseguido; a quem foi ludibriado pelas próprias autoridades, não se compadeceu com a série de histórias relatadas pelos moradores das regiões da Reserva do Cuniã, em Rondônia. Proposta pelos deputados Ribamar Araújo e Chiquinho da Emater, uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa escancarou dramas de pessoas que ali vivem, incluindo famílias que estavam no local desde 1964, quando o Exército brasileiro demarcou aquela região. Dezoito anos depois, em 1982, o Incra fez nova demarcação e assentou grande número de famílias, recebendo gente de várias regiões. Era o sonho de muitos pioneiros que começava a se tornar realidade. Todos tinham sua pequena parcela de terra, para produzir e sobreviver. Nos anos 90, o Incra intensificou o assentamento, principalmente entre os primeiros quatro anos daquela década, levando para lá dezenas de novas famílias. Em 1996, para surpresa de todos que estavam naquela região, produzindo e trabalhando, o governo de Rondônia criou uma reserva no local. O que mais estranharam os moradores da região é que esta lei de criação de uma Reserva, em local onde já moravam e sobreviviam dezenas de famílias nunca foi avocada, ao menos até 2007, ou seja, onze depois da promulgação, quando houve a primeira ação da Sedam, só então comunicando os moradores que eles estavam morando ilegalmente num local em que, alguns deles, lá estavam há décadas. Naquela primeira ação, por inacreditável que pareça, a Sedam deu apenas 15 dias para que todos saíssem de suas casas, das suas terras, das suas plantações, porque ali era (e é!) uma área de preservação, pertencente ao Estado. A desumanidade do que isso tudo representa, não atinge apenas os moradores daqueles assentamentos no entorno e dentro da atual Reserva do Cuniã. Ela vai mais longe e chega a vários outros locais, onde sobrevivem centenas e centenas de famílias de pequenos produtores, gente que não têm onde viver e como viver, caso perca o que amealhou durante toda uma vida. Este povo pobre, que só quer viver onde foi colocado (e ali foi alocado por órgãos governamentais e não por terem invadido ou se colocado como destruidores da floresta) é usado como joguete, nas mãos de governantes e de vários órgãos oficiais, que, em nome da defesa ambiental, mudam as regras do jogo a seu bel-prazer, algumas vezes, inclusive, para atender interesses e pressões estrangeiras. Não é o caso, claro, mas Rondônia foi surpreendida, no final do governo Confúcio Moura, com a criação de dez áreas de proteção ambiental, muitas delas ocupadas por grande número de pequenos produtores. O deputado Ribamar Araújo sintetizou, durante a audiência, o sentimento que atinge a imensa maioria dos rondonienses: “Se dependesse da gente, esse povo estava lá, era produzindo, vivendo com dignidade e não aqui, chorando, clamando, suplicando por Justiça”. MDB DE CONFÚCIO E MOSQUINI CONVERSA COM VÁRIOS GRUPOS, MAS SÓ ANUNCIARÁ SUA DECISÃO DE APOIO EM JULHO ­As muitas conversas de bastidores que apontam que o MDB rondoniense estaria prestes a fechar um acordo político com o governador Marcos Rocha, ao menos até agora, não se confirmaram. Há sim conversas, mas, segundo o presidente regional da sigla, o deputado federal Lúcio Mosquini, “estamos conversando com todos os grupos políticos”. A decisão, contudo, será anunciada durante o mês de julho, segundo o mesmo Mosquini. O até agora maior partido do Estado (estaria perdendo esta oposição para o novo União Brasil, do próprio Marcos Rocha), o MDB tem uma força política poderosa, reunindo muitos prefeitos e dezenas de vereadores. Mesmo assim, não terá candidatura própria ao Governo, depois que seu principal nome, o do ex-governador Confúcio Moura, auto excluiu-se da disputa. Mosquini, hoje vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, está encaminhando todas as conversações dos partidos, mas principalmente aqueles mais próximos ao atual Presidente da República. Por enquanto, contudo, não há nenhum indício concreto sobre quem os emedebistas devem caminhar. Mas é bom reafirmar: até o momento, a maior proximidade parece estar mesmo com o grupo do Palácio Rio Madeira/CPA. JOÃOZINHO GONÇALVES: LICENÇA TERMINA DIA 31 E ELE AINDA NÃO ANUNCIOU SE RETORNA AO COMANDO DE JARU Está inelegível! Um dos nomes mais cobiçados para a disputa eleitoral deste ano (era tido como certo como candidato a vice do governador Marcos Rocha, na busca da reeleição) o jovem prefeito de Jaru, Joãozinho Gonçalves, não tem como disputar o pleito de outubro. Para fazê-lo, ele deveria ter renunciado dia 4 de abril, mesmo estando em licença do seu cargo no comando de uma das cidades que mais crescem em Rondônia. Parceiro de primeira hora de Rocha, a quem não poupa elogios, Joãozinho foi convocado por seu pai, o empresário João Gonçalves, para se dedicar aos negócios da família, mesmo durante seu segundo mandato à frente da Prefeitura. A licença começou em 1º de janeiro deste ano e termina agora, no dia 31 de maio. Não se sabe se ele reassumirá a Prefeitura, comandada neste período por seu vice, Jeverson Lima ou se pedirá nova licença. Joãozinho comanda, junto com o pai, os negócios da família, incluindo frigorífico e a famosa rede de Supermercado Irmãos Gonçalves, com filiais espalhadas pela Capital e várias cidades do interior. Tanto Marcos Rocha quanto o deputado federal Lúcio Mosquini, que tem sua principal base eleitoral em Jaru, contam com o total apoio do jovem Prefeito, para suas campanhas à reeleição. Ele tem falado muito pouco sobre política, desde que se licenciou do cargo. PL OFICIALIZA MARCOS ROGÉRIO PARA DISPUTA AO GOVERNO, EM ENCONTRO DESTE SÁBADO, EM JI-PARANÁ Neste sábado, dia 14, o candidato ao governo pelo PL, senador Marcos Rogério, oficializa sua campanha, lança seus candidatos ao Congresso Nacional e Assembleia Legislativa e, ainda, concretiza a parceria regional com o PSD, comandado em Rondônia pelo deputado federal Expedito Netto. O encontro está agendado para o Espaço Mediterrâneo, em Ji-Paraná, cidade de Marcos Rogério, a partir das 10 horas da manhã. A intenção dos organizadores do encontro é dar uma grande demonstração de força, com o pontapé inicial da campanha do senador ji-parananense, que se notabilizou no ano passado por sua intransigente defesa do governo Bolsonaro, na CPI da Pandemia, apelidada país afora de CPI do Circo. A única decisão que ficará em aberto será a relacionada com o nome do partido para a corrida pelo Senado. Rogério preferia Expedito Júnior, mas o assunto ainda está indefinido. Expedito deverá ser lançado pelo partido do filho, o PSD, deixando livre para o PL a escolha do seu candidato. O que se encaminha é que o empresário Jaime Bagattoli seja o nome do partido. O partido está concluindo sua relação de candidatos à Câmara Federal. Terá pelo menos três candidaturas muito fortes: os atuais deputados Silvia Cristina e Coronel Chrisóstomo e, ainda, o do ex-deputado Luiz Cláudio da Agricultura. A relação de postulantes às cadeiras da Assembleia Legislativa também está completa. BINGO! MARCOS ROGÉRIO MUDA DISCURSO E DIZ QUE QUESTÃO DO SENADO NO PL AINDA ESTÁ EM ABERTO Não é gabolice, apenas um registro do que foi escrito e acabou acontecendo. Na última edição deste Blog, foi comentado que, se dependesse da vontade pessoal, o candidato ao governo Marcos Rogério já teria seu preferido ao Senado: seu amigo e companheiro político e longa data, Expedito Júnior. Rogério anunciou essa preferência publicamente, em entrevistas que concedeu à mídia, em diferentes pontos do Estado. Contudo, o texto aqui divulgado deixava claro que era muito cedo para uma decisão definitiva e que muita água rolaria embaixo desta ponte, até as convenções. Não deu outra! As reações à decisão do atual senador e candidato ao governo pelo PL, não teriam sido positivas e ele teve que contornar a questão. Nesta terça, o atual senador rondoniense mandou que sua assessoria divulgasse que não há nada definido, ainda, em relação à vaga ao Senado. Teria mesmo havido forte reação de grupos bolsonaristas em relação ao nome de Expedito, como parte da mídia analisou? Não se sabe se isso é real, mas, é claro, a oposição a Marcos Rogério e ao próprio Expedito aproveitou o episódio para comemorar que o atual senador teve que mudar seu discurso. Agora, o nome do empresário vilhenense Jaime Bagattoli, voltou a fazer parte das possibilidades concretas do PL como alternativa na disputa ao Senado. O que este Blog antecipou é o mais viável para ocorrer: Bagattoli irá pelo PL e Expedito será o nome do PSD ao Senado. GOVERNO DE RONDÔNIA VAI AO STF, ALEGAR QUE LEI DE MENORES PROMULGADA POR DEPUTADOS É INCONSTITUCIONAL Depois do caso da reprovação, pelos deputados, do nome indicado peoo governador Marcos Rocha para o Tribunal de Contas, Executivo e Legislativo estão em trincheiras diferentes, outra vez, dessa feita por causa de uma lei aprovado pelos deputados, vetada totalmente por Marcos Rocha e que teve o veto derrubado pelo Parlamento. O Governador ingressou no STF com uma ADIN, ou seja, um processo alegando inconstitucionalidade na lei estadual, promulgada pela ALE. Nela, há obrigação de que empresas contratem preferencialmente estudantes de baixa renda, do programa Jovem Aprendiz e, mais que isso, prevê multas e sanções, a serem impostas pelo Executivo, para quem não cumprir todo o contexto da norma. O governo Marcos Rocha alega que a lei é inconstitucional, pois invade prerrogativas de relações trabalhistas, que são apenas de direito federal e, ainda, que há invasão ilegal nas questões de poderes, porque impõe ao Executivo que pratique atos que são de sua única alçada. A lei é de 2019, foi vetada totalmente pelo governador, então em início de mandato e, em 2020, promulgada, com a derrubada do veto. O caso agora está no Supremo, mas até agora não se sabe quando entrará na pauta. CÉSAR CASSOL, HOMENAGEADO PELA SAÚDE PÚBLICA DE ROLIM DE MOURA, AINDA NÃO DECIDIU SE PARTICIPA DA ELEIÇÃO DESTE ANO Por falar em PL, ao menos por enquanto o megaempresário César Cassol, figura de grande estatura no contexto de Rondônia, ainda não decidiu se entra ou não na briga eleitoral deste ano. Afastado da política desde que deixou a Prefeitura de Rolim, quando optou por se dedicar apenas à sua vida empresarial, César Cassol tem sido sondado para ser o companheiro de chapa do senador Marcos Rogério, na disputa pelo Governo. Disse a este Blog, no início da semana, que “estamos analisando ainda. Vamos aguardar mais um pouco!”. É o que ele tem repetido a todos – e são centenas de amigos, parceiros e rondonienses de todas as regiões – que o questionam sobre o assunto. César repetiu o mesmo, aliás, numa grande homenagem da qual foi alvo, no final de semana passado, em Rolim de Moura. Na ocasião, ele foi recepcionado por servidores da saúde pública de Rolim de Moura e homenageado por tudo o que fez por este setor, pela estrutura de saúde da cidade e pelos servidores do setor, durante a pandemia do Coronavírus. O empresário fez grandes doações de medicamentos e, mais que isso, com muitos equipamentos de proteção, desde máscaras até macacões especiais, visando evitar o contágio a todos os que lidavam com tantos casos registrados da doença. O prefeito Aldair Júnior também esteve à frente do grande evento. ASSALTOS, BRUTALIDADE, MORTES: A EXTREMA VIOLÊNCIA CHEGA BEM PERTO DAS NOSSAS CASAS A violência se torna uma rotina em Porto Velho, a exemplo do que vem ocorrendo em todo o país. Impunidade, leis pífias, proteção aos direitos dos criminosos e nunca de suas vítimas e a falta de policiamento nas ruas, coloca a imensa maioria da população como refém da criminalidade. Antes, isso acontecia muito mais nas periferias da Capital, principalmente em conjuntos habitacionais populares, dominados por gangues e por facções, mas, agora, está se espalhando por todos os recantos da cidade. Um dado assustador foram as cerca de 20 execuções de ex-presidiários, cometidas nos últimos 12 meses. Todas elas, certamente, decidida dentro das cadeias. Depois, entre tudo o que ocorreu recentemente, o assalto contra o carro de uma empresa, quando o policial aposentado que fazia a segurança reagiu e matou um dos bandidos, sendo depois executado com nove tiros pelos demais criminosos, que fugiram com o dinheiro. Nos bairros periféricos e nas regiões mais centrais, os assaltos se tornaram rotina. Por exemplo: nas áreas próximas aos bairros São João Bosco e Santo Antônio, os bandidos agem livremente. Não há policiamento nas ruas e os criminosos atacam, alguns com fúria, como o fizeram contra um advogado que caminhava numa rua da região, nesta semana. Estamos, portanto, à mercê da violência absurda que chega cada vez mais perto de nossas casas. CANOS ENTOPEM E DEVOLVEM, PARA DENTRO DAS CASAS, O LIXO QUE A POPULAÇÃO JOGA NELES Quando moradores de determinadas áreas de Porto Velho fazem veementes protestos contra as alagações, na maioria dos casos estão cheios de razão. Mas há outros tantos causadores de prejuízos que, por serem relaxados, por desrespeitarem as mínimas regras de convivência com seus vizinhos e sua comunidade, residentes em algumas áreas da Capital, recebem de volta, dentro de suas casas, aquilo que jogaram na canalização. Os exemplos são incríveis e podem ser detectados em praticamente todas as regiões de Porto Velho. Quando a Prefeitura realiza limpeza de canais (e o faz até mais de uma vez por ano, de tanto sujeira que neles é jogada!), encontra sofás, refrigeradores, camas, fogões a gás, pneus e muitas outras coisas jogadas fora, ou melhor, dentro, mas dos canais. Com tanta podridão neles atiradas, os canais acabam não conseguindo escoar a água das chuvas e o que se vê, muitas vezes, é que esta nojeira toda volta para dentro da casa de quem o jogou. Dias atrás, quando funcionários da Prefeitura realizam novo trabalho de limpeza de bueiros e tubulações entupidas, que estavam comprometendo o escoamento de água, na região da avenida Calama, próximo a rua Andréia, se depararam com canos totalmente cheios de lixo de todos os tipos. Jogado nas ruas ou nos canais, este lixo todo praticamente fecha a canalização, causando sérias consequências em tempos de chuva, como vivemos agora. Infelizmente, as fotos que ilustram este texto são reais e, semelhantes a estes canos, é que se vê em toda a Porto Velho. PERGUNTINHA Com as primeiras quatro possíveis candidaturas para o Governo de Rondônia sendo comentadas, se a eleição fosse hoje, você votaria em Marcos Rocha, Marcos Rogério, Daniel Pereira ou Léo Moraes?
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Fonte: Sérgio Pires

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