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19/04/2022 16:17h - Brasil - Cultura

Renovado, o Estandarte de Ouro completa 50 edições no ano da volta do desfile das escolas na Sapucaí

Desfile da Grande Rio no carnaval 2020; escola levou para a avenida o enredo "Tata Londirá: o canto do caboclo no quilombo de Caxias" - Foto: Fernando Guilli

Num carnaval cercado de expectativa, após um ano sem festa e marcado pelas tristes consequências da pandemia, o mundo das escolas de samba se agita com um motivo a mais para comemorar. É que em 2022 o Estandarte de Ouro, prêmio dos jornais , completa a marca de 50 edições. Desde 1972, o “Oscar” da Avenida enaltece a renovação, a criatividade e a emoção. Não existem notas. A avaliação é feita de forma conjunta por um júri especializado, que ganha agora duas novas integrantes: Juliana Barbosa e Angélica Ferrarez, mulheres negras acadêmicas, que prometem um olhar de quem estuda e vive o carnaval. — Fiquei honrada de receber o convite para participar do Estandarte, que acompanho há 40 anos. Ainda mais no ano das 50 edições e do chamado carnaval preto. A temática racial na Avenida é algo muito significativo. A questão racial e a de gênero estão na pauta do momento — diz Juliana, carioca e professora da Universidade Federal do Paraná. Outra novidade do Estandarte de Ouro, interrompido somente no ano passado, por causa da Covid-19, é a volta do quesito revelação, que em 2020 ficou de fora do julgamento. — É importante a volta do troféu de revelação no ano das 50 edições do Estandarte para deixar bem claro que valorizamos a história, mas somos os primeiros a aderir às novidades propostas por jovens talentos. Em 2004, quando Paulo Barros estreou no Grupo Especial, na Unidos da Tijuca, ganhou dois prêmios: na categoria revelação e pelo enredo “O sonho da criação e a criação do sonho: a arte da ciência no tempo do impossível”. Foi o ano do carro do DNA, uma novidade que inspirou outras escolas depois — diz o jornalista Marcelo de Mello, presidente do júri, lembrando outro premiado. — Da mesma forma, Leandro Vieira levou o Estandarte de revelação ao estrear no Grupo Especial em 2016, na Mangueira, aos 32 anos. A renovação é bem-vinda porque o show tem que continuar. Desde o início, a ideia do Estandarte de Ouro é coroar os melhores sob uma ótica diferente do júri oficial. Então, a marca do prêmio sempre foi uma coroa. Para este carnaval, o símbolo foi renovado, ganhando uma cara mais contemporânea. — Nós mantivemos o espírito da marca, que é uma coroa, porque estamos falando de uma premiação dos melhores do carnaval. Mas precisava ser adaptada aos novos tempos. Tornamos a marca mais sintética, com uma fonte mais arredondada. Ela será usada não só no impresso, mas também na internet e em outros produtos do Globo e do EXTRA — explica Alessandro Alvim, editor executivo visual da redação integrada. A história do Estandarte de Ouro começa com a consagração, em 1972, do Império Serrano, que recebeu o prêmio de comunicação com o público (equivalente ao de melhor escola) ao homenagear Carmen Miranda. Já em 2020, último ano com desfiles, a escolhida do júri foi a Grande Rio, que encantou com o enredo dedicado ao pai de santo Joãozinho da Gomeia. Os vencedores da 50ª edição do Estandarte de Ouro serão revelados no dia 24 de abril, e o evento de premiação será no dia 6 de maio, no Morro da Urca. A festa, realizada pelos jornais apresentada pela Refinaria Refit, terá participação de Teresa Cristina com o show “Um Sorriso Negro”. Os ingressos estarão disponíveis a partir desta segunda-feira no site ingresso.com. Na próxima quarta-feira, um caderno que registra tudo o que fez história na Avenida desde o início do Estandarte será publicado.

Fonte: ExtraGlobo

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