27/05/2025 12:30h - Argentina - Mundo

Argentina reafirma saída da OMS e diz que vai rever protocolo sobre vacinas

De acordo com o órgão, as medidas têm como objetivo reforçar a segurança dos pacientes e a sustentabilidade do sistema de saúde - Foto: Reprodução

Após a visita do secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert Kennedy Jr. à Argentina, o Ministério da Saúde da Argentina anunciou, nesta segunda-feira (26), que vai revisar suas políticas de saúde pública. Segundo o governo, as mudanças, que incluem uma revisão no protocolo sobre vacinas, tem como objetivo "passar de um modelo sanitário centrado em reparar a doença para um focado em cuidar da saúde com base em evidência científica". Entre as medidas anunciadas, estão: Revisão estrutural dos órgãos nacionais do sistema de saúde Segundo o governo, o objetivo é "ordenar, atualizar e tornar mais transparentes estruturas e processos que, por anos, funcionaram com sobreposições, normas obsoletas e escassa supervisão". “O Ministério da Saúde proporá discutir o uso desse tipo de autorização para medicamentos de altíssimo custo, especialmente os destinados a crianças e a doenças raras”, disse o governo em comunicado. Revisão e restrição do uso de aditivos sintéticos potencialmente perigosos em produtos alimentícios, com o objetivo de proteger a saúde da população "A iniciativa também questiona o papel de certos ingredientes utilizados pela indústria alimentícia e seu possível vínculo com o aumento de doenças crônicas", afirmam, em comunicado. No comunicado, o país afirma que vai concentrar esforços nos processos de fabricação, aprovação e supervisão de vacinas. Para isso, pretende exigir os estudos clínicos com grupo placebo para vacinas. "Um exemplo claro dessa necessidade é a vacina contra a COVID-19, aplicada sem grupo de controle e sob condições de aprovação excepcionais", justificam. De acordo com o órgão, as medidas têm como objetivo também reforçar a segurança dos pacientes e a sustentabilidade do sistema de saúde. No documento, o país ainda reafirma sua decisão de se retirar da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Hoje, a evidência indica que as receitas da OMS não funcionam, porque não estão baseadas em ciência, mas em interesses políticos e estruturas burocráticas que resistem a revisar seus próprios erros", diz o comunicado. Saída da OMS Em fevereiro de 2025, após a saída dos Estados Unidos, a Argentina declarou que iria se retirar da OMS. De acordo com o jornal argentino "La Nación", o argumento oficial utilizado pelo governo argentino foi o custo de ser membro do organismo, estimado em cerca de US$ 10 milhões por ano (cerca de R$ 58 milhões). Além disso, acrescentaram que é preciso considerar os gastos com salário, diárias e assessores do representante argentino na entidade. O governo argentino se aproximou do americano após Javier Milei ter assumido, em dezembro de 2023. Conservadores, Milei e Trump têm alinhamento ideológico e o argentino segue os passos de Trump.

Fonte: G1

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