26/05/2025 11:54h - EUA - Mundo

Harvard: Trump chama universidade de "antissemita" e ameaça cortar US$ 3 bi de subsídios federais

Embate entre presidente e mais prestigiosa faculdade dos EUA, que se estende desde o início do ano, escalou na semana passada e chegou à Justiça após proibição de alunos estrangeiros - Foto: Divulgação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (26) cortar US$ 3 bilhões (cerca de R$ 17 bi) de subsídios federais a Harvard e chamou a universidade mais prestigiosa do país de "extremamente antissemita". "Estou considerando retirar três bilhões de dólares em verbas de subsídios de uma Harvard extremamente antissemita e destinar esse dinheiro para escolas técnicas em todo o nosso país. Que investimento incrível isso seria para os EUA — e tão necessário!!!", afirmou Trump em publicação em sua rede social Truth Social. Trump disse ainda estar esperando que Harvard envie uma lista de estudantes estrangeiros, exigida por ele durante o final de semana. Ainda não se sabe se a universidade fará a lista. Trump disse que um "gasto absurdo de bilhões de dólares" está sendo destinado a "lunáticos radicalizados e causadores de problemas", em referência aos alunos estrangeiros. O presidente americano também ironizou a decisão judicial que Harvard conseguiu em seu favor na semana passada para derrubar a proibição a alunos estrangeiros. A medida afetaria cerca de 7.000 alunos, que representa cerca de 25% do corpo estudantil da instituição. (Leia mais abaixo) O Tribunal Federal de Boston realizará audiências nesta semana, entre terça (27) e quinta-feira (29), para examinar a suspensão imposta à medida de Trump. Trump já havia ameaçado Harvard com a revisão de US$ 9 bilhões (cerca de R$ 50,8 bi) em financiamento federal, congelou uma primeira parcela de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,4 bi) em subsídios e US$ 60 milhões (R$ 339 mi) em contratos oficiais. O governo dos EUA também deportou uma pesquisadora da Faculdade de Medicina de Harvard. O embate entre Trump e Harvard, que se estende desde o início do ano, chegou à Justiça dos Estados Unidos na semana passada. O governo Trump proibiu a universidade de ter estudantes estrangeiros. Entenda a proibição aqui. Em resposta, Harvard processou o governo dos EUA. Um juiz em Boston acolheu a denúncia da universidade e derrubou a proibição de Trump. Por enquanto, os alunos estrangeiros que estudam ou querem estudar em Harvard seguem autorizados a ter um visto americano de estudante. A universidade afirma que a medida do governo poderia provocar "efeitos devastadores" nas vidas de cerca de 7.000 alunos da universidade que são estrangeiros e dependem do visto de estudante para residir nos EUA. "Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard. Com um golpe de caneta, o governo tentou apagar um quarto do corpo estudantil de Harvard, estudantes internacionais que contribuem significativamente para a universidade e nossa missão", disse a instituição de ensino, que tem 389 anos. A universidade também chamou a proibição do governo americano de "violação flagrante" da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, além de outras leis federais do país. A proibição do governo americano estava prevista para entrar em vigor no ano letivo de 2025-2026. Embate com o governo Trump Harvard está no centro de um embate com o governo Trump desde abril. Foi a primeira universidade de elite a se recusar a seguir as ordens da Casa Branca para limitar protestos pró-Palestina e acabar com políticas de diversidade e inclusão. Desde então, agências federais — como o próprio DHS e os Institutos Nacionais de Saúde — suspenderam o repasse de verbas à universidade, afetando diretamente projetos de pesquisa conduzidos por professores. A ameaça de retirar a permissão para receber estudantes estrangeiros já havia sido feita em abril. Trump também afirmou que Harvard deveria perder o status de isenção fiscal — algo que poderia comprometer a arrecadação de doações feitas por grandes financiadores da universidade.

Fonte: G1

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