Rodrigo Camargo rejeita extrema-direita critica segurança e se opõe à legalização de drogas e aborto
Parlamentar do Republicanos reafirma posições conservadoras, narra experiência espiritual que o levou à política e acusa o governo estadual de não valorizar policiais da base - Foto: Reprodução
Em entrevista ao Resenha Política, deputado Rodrigo Camargo rejeita rótulo de extrema-direita, critica segurança em Rondônia e se opõe à legalização de drogas e aborto, mesmo em casos de estupro
PORTO VELHO (RO) - Durante entrevista ao Podcast Resenha Política, apresentado pelo jornalista Robson Oliveira, o deputado estadual Rodrigo Camargo (Republicanos) compartilhou detalhes de sua trajetória pessoal e política. Relatou que jamais havia cogitado ao ingressar na politica e que sua candidatura surgiu após experiências que ele classificou como espirituais. Segundo ele, dois episódios distintos um envolvendo um homem desconhecido e outro com um andarilho - foram interpretados como um "chamado de Deus", que o motivou a aceitar o convite para disputar as eleições. “Se é um projeto que vem do alto, que Deus trabalhe então no coração das pessoas", disse.
Postura conservadora e recusa ao rótulo de extrema-direita
Camargo deixou claro que se identifica com a direita, mas recusou o rótulo de extrema- direita. "Tudo que é extremo é muito perigoso", declarou. Ele destacou que sua visão política é guiada por valores cristãos, como a defesa da vida, da família tradicional e da moralidade. "Se eu sou cristão, eu sou antiaborto. Se Deus me deu a vida, somente Ele pode tirar", afirmou. Disse ainda que defende a família composta por homem e mulher com o propósito de gerar filhos, sendo contra pautas como a sexualização precoce, ideologia de gênero e cirurgias de transição para crianças e adolescentes.
Rejeição ao aborto, mesmo em casos de estupro
Um dos pontos mais polêmicos da entrevista foi sua oposição absoluta ao aborto, inclusive nos casos atualmente permitidos por lei, como estupro. Camargo reconheceu que a legislação permite o procedimento, mas declarou que não concorda com isso do ponto de vista moral e religioso. "Eu não sou julgador da alma e do destino de ninguém, mas eu posso responder pelo meu CPF", disse. Ele afirmou que reza inclusive por quem pensa diferente, mas acredita que esses indivíduos "devem se arrepender".
Descriminalização das drogas e uso medicinal do canabidiol
Camargo também foi enfático ao se posicionar contra qualquer forma de descriminalização das drogas. Disse que, como delegado, liderou diversas operações no combate ao tráfico na região de Ariquemes e classificou a maconha como a principal porta de entrada para o mundo das drogas. Sobre o uso medicinal do canabidiol, ponderou que votaria conforme parecer técnico da Sociedade Brasileira de Psiquiatria. "Se amanhã a entidade emitir uma nota favorável, eu mudo meu voto. Eu não sou negacionista da ciência", ressaltou, revelando também que é pai de um filho autista e que ouviu muitos relatos de mães sobre o uso terapêutico da substância.
Críticas à segurança pública de Rondônia
Mesmo alinhado a pautas conservadoras semelhantes às do governador Marcos Rocha, Camargo fez críticas à gestão da segurança pública no estado. Segundo ele, Rondônia carece de um plano de Estado de longo prazo, especialmente por ser uma unidade federativa que faz fronteira com a Bolívia que ele classificou como "narcoestado". "Pior que uma tropa com mau comandante é uma tropa sem comando", disse, criticando a ausência de planejamento estratégico.
O parlamentar também afirmou que a valorização das forças policiais foi desigual. Segundo ele, o reajuste recente beneficiou apenas os cargos superiores, enquanto muitos agentes da base perderam rendimento líquido. Ele foi o único deputado a votar contra o aumento do ICMS, medida que, segundo o governo, sustentaria o reajuste salarial.
Independência política e atuação parlamentar Rodrigo Camargo reforçou seu posicionamento como parlamentar independente, declarando não ocupar cargos nem no governo estadual nem nas prefeituras de Ariquemes ou Porto Velho. “Não sou base, nem oposição. Voto de acordo com o que é melhor para o povo de Rondônia", afirmou. Ele rejeitou a ideia de fazer parte de esquemas ou acordos políticos e revelou que sua campanha em 2022 teve baixo investimento partidário, sendo sustentada majoritariamente com ajuda da família.
Futuro político e possibilidade de novos cargos
Ao final da entrevista, Camargo foi questionado sobre seus planos para as próximas eleições. Disse que já recebeu convites para disputar cargos maiores, como senador ou governador, mas que ainda está em fase de "discernimento espiritual". "Aquele que foi fiel para me colocar aqui também é capaz de me levar a qualquer outro lugar", afirmou.
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