Em cela isolada, segurança jejua desde a prisão; juiz mantém preventiva na audiência de custódia

O segurança Márcio Renê dos Santos da Silva, preso na noite de sábado (10), acusado de homicídio duplamente qualificado contra o adolescente João Vitor de Jesus Soares durante a madrugada na portaria do Parque de Exposições da cidade, está recolhido em uma cela isolada dos demais presos. A reportagem do Correio Central obteve a informação de que a segurança presa preventivamente não se alimentava desde quando chegou à prisão. No sábado, quando ele foi entregue na Casa de Detenção o jantar já tinha sido servido. Ontem, o preso não aceitou comer nenhuma das três refeições diárias e na manhã de hoje, segunda-feira, não quis tomar o café da manhã servido na penitenciária. O adolescente, que era policial militar mirim, foi sepultado na manhã de domingo sob forte comoção e inúmeras homenagens foram feitas durante todo o dia. O 2º Batalhão de Polícia Militar (2º BPM) de Ji- Paraná emitiu Nota de Pesar pela morte do adolescente. O episódio doloroso que ceifou a vida do adolescente ocorreu por volta de 4h05 da madrugada, após o fim da noite do tradicional evento "Encontro dos Cowboys", a programação no palco de shows havia encerrado, e a confusão se deu na saída do portão. O delegado Niki Locatelli, que conduz o inquérito, informou na manhã desta segunda-feira (12), que esta semana a Polícia Civil fará várias oitivas com tomadas de depoimentos e todos os envolvidos possíveis, das duas partes, que estavam no confronto, e próximos, serão ouvidos: "Vamos tentar identifica-los, todos que forem identificados a gente vai ouvir e também os seguranças que acompanham a equipe dele (Mário Renê). A ORIGEM DA CONFUSÃO FORAM OUTRAS BRIGAS NO INTERIOR DA FESTA Havia um embate entre seguranças e um grupo de rapazes que arremessava, do lado de fora, capacetes e objetos contra o grupo de seguranças do lado de dentro, momento em que Márcio Renê pegou uma arma e efetuou um disparo e a bala seguiu em direção ao adolescente que estava distante da confusão, na calçada do outro lado próximo da faculdade. A reportagem ouviu seguranças que trabalhavam na festa, e estiveram envolvidos no conflito com os jovens no portão da Expo Show Norte; eles relataram que houve duas brigas dentro do parque. A declaração para o Correio Central foi na entrada da Delegacia, não faz parte do procedimento interno da Polícia Civil. Um deles relatou que na primeira briga envolvendo o grupo de rapazes com indivíduos de um parque de diversões, a confusão foi contida e separada. Segundo um segurança, os jovens, cerca de sete que estão sendo identificados um a um pela equipe do SEVIC (Serviço de Investigação e Captura da Polícia Civil), teriam iniciado outra briga e então os seguranças teriam decidido retirar dois brigões do recinto para fora da festa. A partir de então as imagens no vídeo que o Correio Central publicou, e circula nas redes sociais, são a sequência dos fatos. A Polícia Civil comunicou que continua ouvindo testemunhas e realizando diligências para incorporar novas informações à investigação. O delegado afirmou que provas estão sento coletadas e todos os brigões envolvidos na confusão que resultou na morte violenta do adolescente João Vitor, também serão identificados e convocados a depor e podem responder criminalmente.